O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que a agricultura tem vindo a desempenhar um papel fundamental na economia portuguesa e revelou ser fundamental durante os meses mais complicados da pandemia, em março e abril.
Na sessão de apresentação da Agenda de Inovação para a Agricultura 2030, no Cartaxo, António Costa agradeceu aos agentes do setor o esforço feito, sobretudo numa situação totalmente atípica, para garantir que nenhuma cadeia de abastecimento fosse quebrada e que nunca faltasse alimento na casa dos portugueses.
António Costa frisou também que a inovação tem sido fundamental na agricultura e que foi graças a ela que, durante a última década, Portugal reduziu em cerca de 400 milhões de euros o seu défice alimentar, as exportações do setor cresceram em média 5% por ano e quem em 2019 as exportações do setor agroalimentar já representavam 11% da totalidade da exportação de bens de Portugal.
Portugal exporta neste momento para 185 mercados, «mais de 50 foram abertos nos últimos cinco anos», e o Primeiro-Ministro sublinhou que esta evolução só foi possível ao colocar a inovação no centro do processo agrícola.
Prioridades europeias para a agricultura
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que «reforçar a resiliência da europeia e acelerar a dupla transição digital e climática» são os dois grandes pilares que a estratégia europeia definiu para a agricultura.
António Costa salientou a necessidade de Portugal e a União Europeia poderem estar mais resilientes para os riscos das alterações climáticas e também para «aumentar a autonomia estratégica».
«A pandemia deixou claro que não podemos depender de cadeias de valor globalizadas em que, pela sua extensão, aumenta o risco de rotura de abastecimento de bens essenciais, como são os bens agroalimentares», acrescentou.
O Primeiro-Ministro realçou que «a Europa vai ter de saber produzir mais e melhor, aliando a resiliência à dupla transição». «É um desafio ganhar e reforça o sentido do futuro desta atividade», disse.
Investimento na inovação fundamental para a agricultura
«O Investimento em inovação é crítico para o futuro da agricultura. Temos de produzir mais num contexto em que os recursos escasseiam e as alterações climáticas nos colocam desafios muito particulares», acrescentou.
O Primeiro-Ministro afirmou que Portugal é um dos países da União Europeia que mais sofrerá com os riscos das alterações climáticas, seja através da escassez de água, da erosão costeira, dos incêndios florestais ou da imprevisibilidade do clima.
Todos estes fatores são riscos para a agricultura pelo que é essencial ver a agricultura e o ambiente como aliados: «A agricultura dá um contributo inestimável para a regulação das alterações climáticas e o ambiente é indispensável para subsistência da agricultura».
António Costa reiterou a importância da utilização das tecnologias de informação como ferramenta de trabalho agrícola e sublinhou que dos 26 Laboratórios Colaborativos criados nos últimos anos, sete são no setor agroalimentar.
«A inovação vai ter um papel fundamental para assegurar que a alimentação contribui cada vez mais para uma melhor saúde, para uma maior coesão territorial, maior sustentabilidade ambiental essencial para preservar recursos necessários ao desenvolvimento da agricultura, para a produção de bens que acrescentem maior valor, não só para o vendedor mas também para o produtor, e para que o maior rendimento permita contribuir ainda mais para o rejuvenescimento desta atividade», afirmou.