As medidas de adaptação e mitigação às alterações climáticas são uma prioridade mundial. Portugal, em concreto, encontra-se entre as zonas europeias com maior exposição e vulnerabilidade aos impactos da mudança dos padrões climáticos. Esta realidade afeta já os nossos sistemas de produção agrícola. O regadio revela-se, assim, determinante para um país com um clima mediterrânico como o nosso e o uso eficiente da água representa, cada vez mais, um desafio para a agricultura nacional.
Querendo fazer parte da solução, a ANPROMIS (milho), a ANPOC (cereais praganosos) e o COTARROZ (arroz), juntamente com o COTR e o IPMA, uniram-se para responder ao repto da Fundação Calouste Gulbenkian de valorização da água no setor agroalimentar, tendo visto a sua candidatura ao concurso de apoio à demonstração na gestão da água da rega, recentemente aprovada.
As 5 entidades vão assim arrancar com um projeto de um ano, aQuacer de seu nome, para promoção do uso eficiente da água nas culturas dos cereais através da organização de dez ações de demonstração específicas para cada tipo de cultura e adaptadas às regiões onde predomina o seu cultivo. Estão assim pensadas ações para a cultura do milho no Ribatejo e no Vale do Mondego; ações para os cereais praganosos no Alentejo; e ações para a cultura do arroz nestas 3 zonas geográficas. No final do projeto será organizada uma Conferência de balanço e apresentação das principais conclusões e linhas de atuação futuras.
Segundo Tiago Silva Pinto, Secretário-geral da ANPROMIS, organização líder da candidatura, “o setor dos cereais tem estado de mãos dadas no desenvolvimento desta fileira. E este desenvolvimento passa, não só pela estruturação e valorização da produção, mas também pela disseminação de conhecimento, contribuindo ativamente para a promoção da inovação, sustentabilidade e eficiência do uso dos recursos. Neste projeto, temos assim o enorme privilégio de contar com a participação do COTR, que concentra o conhecimento técnico em torno da temática do regadio nacional e do IPMA, autoridade máxima no conhecimento da atmosfera e modelação climática em Portugal e responsável pela recolha e disponibilização de informação meteorológica oficial, imprescindível a uma boa gestão da água. O reconhecimento do nosso empenho e desta importante conjugação de esforços, por parte da Fundação Calouste Gulbenkian, é pois motivo de grande orgulho para nós.”