eucaliptos

Governo aumenta área para plantação de eucaliptos quando se comprometeu a reduzi-la

Nos 278 concelhos do continente, as plantações de eucalipto vão aumentar para 881.735 hectares contrariando o objectivo anunciado em 2019 de reduzir para 812 mil hectares até 2030.

O Governo português está a preparar a publicação de um diploma que prevê a plantação de mais 36.726 hectares de novos povoamentos de eucalipto em 126 dos 278 concelhos do continente. Portugal, que já é o país com maior área plantada de eucalipto na Europa e ocupa o 5º lugar a nível mundial, ficará com 881.735 hectares cobertos, cerca de 10% da superfície do território continental, suplantando as espécies autóctones como o sobreiro, a azinheira e até mesmo o pinheiro – Um trajecto que vai em sentido contrário do que tinha sido anunciado pelo executivo.

Confrontadas com a decisão do Governo, várias organizações ambientalistas (Acréscimo, Climáximo, Fapas, Geota, LPN, Quercus e Zero) vão endereçar uma carta aberta ao secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, em que “repudiam a intenção em fazer aumentar os limites máximos das áreas de eucalipto por concelho”.

E sublinham que, embora a Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) estabeleça para 2030 uma meta máxima de 812 mil hectares de plantações  de eucalipto no território continental português, o 6º Inventário Florestal Nacional (IFN), que recolheu imagens no levantamento realizado em 2015, apontava já para uma área com cerca de 845 mil hectares, ou seja, “superior à meta da ENF em cerca de 33 mil hectares”. Com esta decisão, o objectivo de contenção fica cada vez mais longe.

Por isso, os ambientalistas “estranham” que o Governo esteja “a preparar um diploma legal para fazer aumentar os limites máximos de área de plantações de eucalipto por município”.  O acréscimo previsto agora de cerca de 37 mil hectares de novas plantações acelera o ritmo do crescimento da área ocupada por eucalipto, uma vez que, de Outubro de 2013 a final de 2018 — altura em que passaram a ser proibidas —, pouco mais de 11 mil hectares foram autorizados.

E lembram que a Assembleia da República, na sequência dos grandes incêndios  […]

 


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