O Governo pediu à Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) uma avaliação das condições edafoclimáticas dos territórios para reforçar o programa de regadios, tendo por base a melhoria da eficiência dos recursos, foi anunciado.
“Pedi, muito recentemente, à EDIA para avaliar as condições edafoclimáticas em cada território para termos um reforço do programa de regadios, baseado na melhoria da eficiência destes recursos, extensão dos regadios existentes ou construção de novos sempre que as condições o permitam”, anunciou a ministra da Agricultura, no encerramento do 11.º colóquio nacional do milho.
As condições edafoclimáticas abrangem fatores como a temperatura, vento, humidade e tipo de solo e sua influência nos seres vivos.
Maria do Céu Antunes adiantou ainda que o executivo está a equacionar a abertura de um aviso, no âmbito do próximo ciclo de investimentos, para permitir que os privados possam fazer pequenas charcas para o armazenamento e utilização de água superficial.
A governante lembrou que, em janeiro, foram homologados mais quatro projetos de regadio, no valor de 50 milhões de euros, beneficiando cerca de 13 mil hectares, em Mortágua, Castelo Branco, Alfândega da Fé e Monsaraz.
Ainda neste âmbito, posteriormente, foram homologados 30 projetos e segurança em barragens com 1,2 milhões de euros de apoio.
A titular da pasta da Agricultura adiantou ainda que vão ser lançadas medidas de investimento para a modernização das explorações agrícolas, substituição de maquinaria, uso eficiente de energia e produção de energia limpa, sem avançar datas ou os valores em causa.
Durante a sua intervenção, a ministra voltou a reconhecer o trabalho de todos os que constituem no setor agroalimentar, nomeadamente, durante a pandemia de covid-19, dando resposta a “disrupções sem precedentes”, garantindo o abastecimento e o equilíbrio a balança comercial.
Já relativamente à presidência do Conselho da União Europeia, a governante notou que Portugal tomou posse numa das alturas mais desafiantes, com uma crise que veio reforçar que o entendimento e a solidariedade são determinantes.
Neste sentido, reiterou que é um objetivo concluir as negociações relativas à Política Agrícola Comum (PAC) ainda durante o primeiro semestre, o que implica “um calendário de reuniões técnicas e políticas muito exigente”.
No que diz respeito ao setor do milho, Maria do Céu Antunes disse que este vive um “contexto muito difícil” devido às nossas condições de competitividade, alterações climáticas, recursos hídricos e volatilidade dos preços, mas, mesmo assim, “tem vindo a responder positivamente, incorporando conhecimento, inovação e eficiência ao longo de toda a fileira”.
Também durante a sessão de encerramento, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), que organizou o colóquio, vincou ser o momento de “planear a capacidade de armazenamento da água”, um recurso que defendeu estar a ser “inexplicavelmente desperdiçado”.
De acordo com Jorge Neves, este é um tema “central e prioritário” para garantir a sobrevivência dos produtores, pedindo assim à ministra da Agricultura “a defesa intransigente deste dossier”.
Por sua vez, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, apelou ao Estado empenho “em encontrar soluções para os agricultores” e que não trave o seu progresso.
O engenheiro lamentou ainda que o setor seja apenas chamado “a participar na discussão pública dos diplomas aprovados” e não na sua elaboração.
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