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Só 4% dos agricultores portugueses têm menos de 40 anos. Como vai ser o futuro da agricultura nacional?

Portugal tem os agricultores mais envelhecidos da Europa e pouco sangue novo a preparar o futuro. A urgente “renovação geracional” só irá ser alcançada com apoios diferenciados para um país que não é todo igual — e investimentos que vão além da agricultura

Nos últimos dias, Firmino Cordeiro tem estado a trabalhar na apanha da azeitona. Não se pode dar ao luxo de confinar: “Há pouca mão de obra, somos só dois mais duas pessoas da família, tem sido difícil”, resumiu ao Expresso desde Trás-os-Montes, no final do quarto dia de trabalho. Foi jovem, já não é, e aos 51 anos continua a ser diretor da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP). O seu primeiro lamento vai para o impacto da pandemia nos produtores e empresas que perderam negócios cá dentro e viram as exportações caírem por terra. Mas Firmino Cordeiro também avisa que a covid-19 só veio dificultar no imediato algo que já era incerto a longo prazo: a subsistência da agricultura portuguesa.

Os últimos dados mostram que em Portugal o número de agricultores diminuiu cerca de 40% entre 1999 e 2016. Ainda estamos acima da média dos países da União Europeia, mas somos o país com menos futuro no sector: cerca de 52% dos agricultores portugueses têm mais de 65 anos, a percentagem mais alta em toda a UE; e só cerca de 4% têm menos de 40 anos — o segundo país mais velho, com menos de 11 mil profissionais. O Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR) apoia-se nestes números para definir como um dos seus objetivos a “renovação geracional” dos trabalhadores da terra, e na semana passada o Ministério da Agricultura anunciou €10 milhões para apoiar jovens agricultores que se queiram instalar em territórios de baixa densidade: €2 milhões para a instalação dos projetos, €8 milhões para as operações.

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