Decorreu no passado dia 23 de junho, no INIAV,I.P. – Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade (ENFVN), em Alcobaça, a 1ª Ação de divulgação e transferência de conhecimento sobre “Figueiras – cultivares produtoras de figos lampos”. Devido à situação atual, o número de participantes foi limitado a 20. Dado o elevado número de inscrições a ação repetiu-se no dia 24 de junho. Os participantes eram maioritariamente produtores ou potenciais produtores, técnicos de organizações de produtores e empresas, representantes de empresas comerciais, outros profissionais do setor e professores.
O objetivo desta Ação foi divulgar os resultados obtidos ao longo dos anos, referentes à adaptação de algumas cultivares de figueiras nacionais e estrangeiras, produtoras de figos lampos, às condições de Alcobaça, contribuindo assim para a eleição das cultivares por parte dos produtores.
A Sessão de boas-vindas foi efetuada pelo Presidente do Conselho Diretivo do INIAV, I.P., Nuno Canada.
Seguiu-se a comunicação, “Algumas considerações sobre cultivares produtoras de figos lampos” da autoria de Rui de Sousa (Coordenador da ENFVN/INIAV) e João Vieira (bolseiro do INIAV-ENFVN), tendo sido apresentado a época média de abrolhamento de 10 cultivares produtoras de figos lampos (‘Frucôte’; ‘CN 40’; ‘Lampa preta’; ‘Nazareth’; ‘CN 250’; ‘Dauphine’; ‘Maia’; ‘Rei branco’; ‘Tibério’ e ‘Montes’). Apresentou-se ainda, para as mesmas variedades os dados referentes ao vigor, época média de maturação, produção média de 5 anos, número médio de figos por cultivar para perfazer um kg, dureza média à colheita e teor de sólidos solúveis totais. Foi ainda apresentado o vingamento dos figos lampos por cultivar e por quadrante. Em termos produtivos destacaram-se as cultivares ‘Dauphine’; ‘Maia’ e ‘Lampa preta’.
Rui de Sousa apresentou seguidamente as “Principais pragas e doenças das cultivares produtoras de figos lampos”, nomeadamente as doenças do sistema radicular (Rosellinia necatrix e Armillaria mellea) e as da parte área (Alternaria spp. e Botrytis cinerea). Focou ainda, dentro das principais pragas, a mosca do figo, a mosca da fruta e os pássaros.
Ainda em sala os participantes tiveram oportunidade de visitar uma pequena exposição de figos lampos.
Em campo os participantes visitaram a coleção de 70 cultivares de figueiras com particular enfoque nas cultivares referidas nas comunicações.
Finalmente os participantes visitaram ainda um pequeno pomar de um produtor de figos lampos com diferentes sistemas de condução (eixo central revestido e vaso baixo) e diferentes compassos de plantação que variam segundo a forma de condução entre as 1429 plantas/ha, 1250 plantas/ha e as 741 plantas/ha.