Em 2017, os incêndios no centro do país provocaram
uma tragédia de dimensões enormes. Ninguém ficou indiferente e foram muitas as
lições aprendidas à custa do sofrimento humano que enlutou o País. Houve mudanças
na organização da floresta e no combate aos incêndios, na prevenção, na
vigilância, no reforço de meios e na coordenação entre os diferentes setores do
Estado e os bombeiros voluntários, as autarquias e as comunidades. O esforço coletivo e a atenção política dedicada à
preparação da floresta para a época quente teve consequências positivas e, ano
após ano, a situação vinha melhorando com redução significativa das áreas
ardidas. A liderança política em cada um desses momentos
foi decisiva. Com a experiência dessa liderança e sempre disponível para ajudar
o país, o secretário-geral do PS apresentou antecipadamente ao Governo várias
propostas para responder à crise que se avizinhava. O Governo ignorou-as, não
sei se por arrogância, despeito, ignorância ou incompetência, mas sei que com o
regresso do PSD ao Governo, em 2024, tem faltado liderança política na política
florestal e no combate aos incêndios – voltámos a andar para trás, e somos
agora campeões da Europa em área florestal ardida – triste galardão.