1ª Sessão do Ciclo de Conferências – Gestão Florestal, Território e Riscos Naturais

[Fonte: CAP]

Conferências “Gestão Florestal, Território e Riscos Naturais”

1ª sessão: 27 de Fevereiro de 2019, 14h30 – 17h00

Auditório da Ordem dos Engenheiros, Av. António Augusto de Aguiar, 3-D, Lisboa

Durante algumas décadas, e até há não muitos anos, o contrato social proposto aos proprietários florestais era simples e vantajoso para eles.

A memória não muito longínqua de um país desarborizado, sujeito a todas as consequências ambientais, económicas e paisagísticas dessa condição, e a convicção colectiva dos benefícios múltiplos de uma cobertura florestal significativa, justificaram, primeiro, apoios públicos generosos à florestação e, posteriormente, também à melhoria das condições em que se exercia a silvicultura.

No entanto, o advento de incêndios florestais progressivamente mais extensos, violentos e de consequências mais graves alteraram a percepção social relativamente aos méritos de quem cria e gere a floresta. Hoje, o proprietário florestal, antes de ser credor de reconhecimento e apoio na sua actividade, é destinatário de recriminações e exigências, infelizmente escassamente fundamentadas numa correcta percepção do problema com que o país se confronta e do contexto em que as actividades florestais se desenvolvem.

O alarme social provocado pelo agravamento dos incêndios e a incapacidade dos poderes públicos de o contrariarem têm motivado a urgência de uma actuação política que responda às percepções colectivas. Assim, o proprietário florestal vê-se hoje confrontado com imposições e limitações à sua liberdade de actuação que muitas vezes são tecnicamente injustificáveis, financeiramente incomportáveis ou, tão somente, injustas.

Nesta primeira sessão do ciclo de conferências “Gestão florestal, território e riscos naturais” que a Confederação dos Agricultores de Portugal leva a cabo, procurar-se-á contribuir para uma melhor compreensão pública de como o fenómeno dos incêndios rurais tem evoluído nas últimas décadas e do contexto em que a silvicultura se desenvolve no nosso território, abordando questões como a mudança do clima e recorrência de eventos meteorológicos extremos, a relação da composição específica da floresta com os incêndios e, finalmente, as alterações do uso do território rural, da sua população e das condições sociais e económicas em que a gestão da floresta ocorre.

A Ordem dos Engenheiros, a Agência para a Gestão Integrada dos Incêndios Florestais (AGIF) e o PEFC Portugal (Programa para o Reconhecimento da Certificação Florestal) associam-se no apoio evento.

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