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 –  30-08-2013

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Questáo financeira impede limpeza de matas e florestas, diz especialista

O especialista na área de engenharia florestal Jos� Marques Aranha referiu ontem que a "questáo financeira" impede a limpeza de matas e florestas, ac��o que considera ser fundamental para prevenir a ocorr�ncia de inc�ndios.

Jos� Marques Aranha, docente na Universidade de Tr�s-os-Montes e Alto Douro e da Ordem dos Engenheiros – Regi�o Norte, sublinhou � agência Lusa que "h� legisla��o suficiente" em Portugal de defesa da floresta contra inc�ndios, mas assinalou que "não existe aplica��o concreta no terreno".

O engenheiro da área florestal acentuou que "não h� forma de aplicar directamente as medidas de limpeza, controlo e ordenamento florestal por uma questáo financeira".

"Temos gabinetes t�cnicos, florestais e a Protec��o Civil a preparar devidamente a �poca de inc�ndios, a fazer os planos municipais de defesa contra inc�ndios e a calcular o perigo de inc�ndio, mas, depois de estar tudo desenhado e programado, não existe aplica��o concreta no terreno", vincou.

O especialista notou que se tem negligenciado a obriga��o legal de fazer cumprir o Plano Municipal de Defesa das Florestas Contra Inc�ndios e asseverou que "vai ser muito dif�cil aplicar a lei".

"Enquanto não se valorizar a biomassa florestal, de forma a que o resultado das limpezas das matas e florestas tenha algum valor econ�mico, e enquanto isto for s� uma despesa que � atribu�da � autarquia local, vai ser muito dif�cil fazer cumprir os planos de defesa da floresta que são feitos todos os anos", disse.

Por isso, Jos� Marques Aranha considerou que � preciso "ter uma atitude mais f�sica e respons�vel e programar atempadamente a limpeza dos terrenos urbanos no limite de confronto entre a situa��o urbana ou agro-urbana e a situa��o florestal e proceder a essas limpezas durante o inverno".

"O que acontece � que, muitas vezes, são feitas as limpezas no fim da primavera, por o tempo atmosf�rico estar melhor, e continua a haver acumula��o de biomassa entre essa franja limite dessas zonas urbanas, no interior do país", observou.

Com o registo de ocorr�ncia de mais de 3.400 inc�ndios em matas e florestas nos �ltimos 15 dias, e com a perda de cinco vidas humanas, Jos� Marques Aranha admitiu que � primordial uma nova consciencializa��o para uma nova pol�tica de defesa da floresta.

"Era preciso que houvesse uma ac��o continuada entre as ac��es da protec��o civil, do ponto de vista de fazer o ordenamento dessa franja, dos serviços florestais, para fazer o ordenamento das matas, e haver um efectiva frequ�ncia de opera��es para proteger as pessoas e bens e evitar que haja inc�ndios florestais", declarou o docente universit�rio.

O respons�vel da Ordem dos Engenheiros – Regi�o Norte salientou que "faz falta uma pol�tica florestal adequada", porque, frisou, "uma percentagem consider�vel dos inc�ndios em Portugal poderia ser evitada se a floresta não tivesse sido relegada para segundo plano pelos v�rios governos que temos tido".

Acusou ainda a "falta de articula��o entre os comandos locais, os distritais e a direc��o nacional", sustentando que "os serviços estáo demasiados centralizados e, depois, não h� uma boa cadeia operativa eficiente desde a chefia m�xima até � local".

Os inc�ndios florestais em Portugal durante o m�s de Agosto j� consumiram uma área superior a 60 mil hectares, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Inc�ndios Florestais (EFFIS).

Fonte:  Lusa


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