Quer tirar maior rendimento da sua exploração florestal? Então conheça as etapas para a melhor gestão da floresta de produção.
1. Boa preparação do terreno
Apreparação do terreno é fundamental para o desenvolvimento das raízes e o crescimento das árvores. O objetivo nesta fase inicial é melhorar o arejamento do solo, a infiltração e retenção de água e a disponibilidade de nutrientes. É essencial não inverter os horizontes do solo, para se manter a matéria orgânica e os nutrientes na zona de desenvolvimento das raízes, e devem privilegiar-se as faixas de plantação seguindo as curvas de nível, evitando a mobilização total da área.
2. Utilização de plantas melhoradas
O investimento feito em plantas melhoradas tem reflexo na qualidade da plantação. A sua utilização origina ganhos em produtividade, pois são plantas com uma baixa taxa de mortalidade, mais adaptadas a diferentes condições de solo e clima, e resistem melhor a pragas e doenças. Estas plantas, que podem ser adquiridas em viveiros certificados, nomeadamente nos Viveiros Aliança, permitem obter maior volume em madeira (mais 20% relativamente à planta não melhorada) e dão origem a povoamentos mais uniformes (árvores de igual porte).
3. Distribuição ideal das árvores por área
O adequado espaçamento entre as árvores é aquele que não leva a um excesso de competição entre as árvores, especialmente por água e luz, e que ao mesmo tempo permite o crescimento de árvores vigorosas com troncos de maior diâmetro, os quais permitem mais madeira aproveitável para a indústria. Acresce que numa plantação com árvores muito juntas, as máquinas (para adubar, fazer limpezas de combustível, cortes) não têm espaço de manobra, o que encarece os custos de exploração. Assim, para otimizar a produção florestal deve plantar-se até 1400 árvores/hectare em zonas de maior precipitação e 1000 árvores/hectare em zonas mais secas.
O adequado espaçamento entre as árvores permite o crescimento de árvores com troncos (rolaria) de maior diâmetro, logo maior retorno para o produtor.
4. Controlo eficaz da vegetação
Após a plantação é importante que seja efetuada a sacha (limpeza com enxada num raio de 30 cm à volta da planta) da vegetação espontânea, para que esta não compita pelos recursos essenciais para o desenvolvimento das jovens plantas. Esta deve ser feita na Primavera seguinte à plantação e complementada à posteriori por meios mecânicos quando o mato já está muito desenvolvido. A vegetação cortada pode ser incorporada no terreno, contribuindo para o enriquecimento da matéria orgânica do solo. O controlo da vegetação por meios químicos também é possível, mas este só deve ser feito por técnicos e empresas habilitadas para a aplicação de herbicidas.
5. Fertilização de manutenção
Uma adequada adubação na fase de instalação contribui para um bom arranque do povoamento, diminuindo a mortalidade nas plantas. A fertilização de manutenção, entre os 2 e os 6 anos do povoamento, é fundamental para o sucesso da plantação que irá ser colhida ao fim de 12 anos. Atualmente decorre o programa Limpa & Aduba, ao qual os proprietários se podem candidatar (até um limite de 25 hectares), através das suas associações florestais. O programa, promovido pela CELPA (Associação da Indústria Papeleira), oferece o adubo de manutenção e ajuda nos custos de aplicação aos produtores que fazem a limpeza dos seus terrenos.
6. Certificação florestal
A certificação florestal, atribuída pelo FSC® ou pelo PEFC™, reconhece o produtor florestal pelo seu empenho na aplicação de boas práticas florestais nos seus terrenos, contribui para um povoamento sustentável e permite aumentar a quantidade de madeira produzida. Traz igualmente vantagens para o ambiente, pois os riscos, como os incêndios e as pragas, são menores numa floresta com gestão.