O Parque Eduardo VII, em Lisboa, foi o ponto de largada e chegada da última edição da Lisbon Eco Marathon. No total, cerca de dois mil participantes correram em busca de saúde, bem-estar e práticas sustentáveis. A sétima edição da corrida, que teve o apoio da Sociedade Ponto Verde como ecopartner, contou com quatro diferentes percursos: a maratona de 42 km, seguida pela meia-maratona de 21 km, a minimaratona de 12 km e a caminhada de 8 km.

O evento, organizado no passado dia 7 de maio, reuniu todas as condições para garantir que a reciclagem estivesse acessível a todos os corredores, sejam amadores ou profissionais. As brigadas de recolha do lixo, focadas em recolher o máximo de garrafas de plástico na prova, marcaram presença na zona da meta para promover as melhores práticas na hora de repor os líquidos, mas também nas zonas de abastecimento, para ajudar os participantes a recuperar o fôlego enquanto reciclam as suas embalagens.

“Simplesmente não vi um único lixo no chão ao longo de todo o percurso. A organização fez um trabalho incrível no sentido de, a seguir aos postos de abastecimento, ter zonas onde os atletas pudessem colocar as suas garrafas de água”, explica Maria Severino, vencedora da maratona na categoria feminina. “Portanto, esta maratona é muito diferente de outras que eu já fui porque, no final, há sempre muito lixo. Acho que esta iniciativa, apesar de ser dirigida à ecomaratona, devia ser transversal a todas as outras corridas”, reforça. Em harmonia com a natureza e em defesa da sustentabilidade ecológica, a treinadora de ténis de 34 anos considera que a Lisbon Eco Marathon é um verdadeiro exemplo a seguir.

“Dizem que uma garrafa de plástico demora cerca de 450 anos a decompor-se”, alerta Matthew Urbanski, vencedor da maratona de 42 km na categoria masculina. “O que mais posso dizer? Em prol de um futuro melhor, temos de cuidar deste lugar lindo que é o planeta Terra”, defende o atleta norte-americano, que foi o primeiro a completar a corrida principal com um tempo de 2h57min54s. As garrafas de plástico distribuídas gratuitamente durante a corrida são 100% recicláveis e, se ganharem uma nova vida, permitem poupar a extração de novas matérias-primas.

Corredores conquistam novos hábitos sustentáveis


“A adesão foi muito boa”, confirma um dos jovens promotores da Sociedade Ponto Verde que encarnou o papel de ecoponto amarelo humano. “Principalmente no que toca à recolha de resíduos de embalagens de plástico”, afirma enquanto aponta orgulhosamente para a mochila (leia-se, ecoponto) a transbordar de garrafas de água vazias. As potencialidades do plástico são quase infinitas e há muita coisa que pode nascer das embalagens do ecoponto amarelo: desde outras embalagens até novas peças de roupa, sem esquecer calçado e mobiliário.

“É gerado muito plástico neste tipo de eventos, especialmente garrafas de água. Em prol de um futuro mais sustentável, temos de fazer uma separação correta das embalagens e, por isso, a Sociedade Ponto Verde marca presença nesta maratona para relembrar e reforçar que o mais correto é que as garrafas de água sejam colocadas no ecoponto amarelo”, diz Joana Mota, gestora de marketing e comunicação da SPV. “É importante lembrar que, estejamos onde estivermos, devemos reciclar sempre e separar corretamente as embalagens”, acrescenta a responsável.

Com o objetivo de promover práticas que potenciem a reciclagem, a Sociedade Ponto Verde ainda criou um jogo de tabuleiro gigante, no qual todos os participantes foram convidados a testar os seus conhecimentos para levarem prémios para casa. “A caixa de pizza vai para o ecoponto?”, questiona uma promotora depois do lançamento dos dados. “Se o cartão estiver engordurado, não pode ir para o ecoponto, mas se estiver limpo acho que pode ser colocado no ecoponto azul”, responde (e bem) um maratonista para ganhar uma garrafa de água reutilizável.

Simultaneamente, uma equipa de vídeo circulou pelo recinto para entrevistar participantes e curiosos sobre os seus hábitos de reciclagem num verdadeiro clima de entusiasmo e superação. “Para a Sociedade Ponto Verde é muito importante ser o ecopartner desta ecomaratona, uma vez que o desporto, em si, encerra tudo o que são princípios de sustentabilidade”, adianta Joana Mota, que marcou presença no evento em que o convívio e a boa-disposição foram palavras de ordem. “Juntos, defendemos a sustentabilidade no desporto e a sustentabilidade no dia a dia”, afirma.

Uma corrida ecológica que alcançou metas


Conhecida como a maratona mais ecológica da capital, a Lisbon Eco Marathon iniciou-se na Alameda Cardeal Cerejeira e passou pelos trilhos do Parque Florestal de Monsanto — o maior parque florestal urbano da Europa. “É importante acolher este tipo de iniciativas, especialmente na zona de Monsanto que é o pulmão de Lisboa, para que as pessoas criem um compromisso sustentável com a sua cidade”, relembra a gestora de marketing e comunicação da Sociedade Ponto Verde. “Se não o fizermos, pomos em xeque a vida das gerações futuras”, partilha.

“Especialmente num parque tão bonito como o Parque Florestal de Monsanto é importante pôr em prática ações mais amigas do ambiente”, destaca Liz Ozeki, campeã da meia-maratona feminina. A atleta veio diretamente de Washington D.C., capital dos Estados Unidos, para estar presente num casamento em Lisboa e aproveitou a sua breve estadia de dez dias para correr na natureza e preservar o meio ambiente. “Li algures que não devíamos atirar nada para o chão, então andei a correr com a minha garrafa de água na mão e guardei todas as embalagens de géis energéticos usadas nos meus bolsos para deixar a cidade livre de lixo”, conta entre risos. Missão cumprida.


O que é a Lisbon Eco Marathon?

A ecomaratona de Lisboa é a única maratona totalmente disputada na cidade de Lisboa e posiciona a capital de Portugal no calendário deste tipo de provas de referência em todo o mundo. A ecologia, a competição e a solidariedade social são os seus principais pressupostos.


O objetivo da Lisbon Eco Marathon passa por incentivar a população a praticar desporto de uma forma saudável e sustentável, promovendo a importância da preservação do meio ambiente e de melhores práticas ecológicas. O evento tem vindo a ganhar cada vez mais popularidade, atraindo participantes não só de Portugal mas também de vários países do mundo.

Independentemente do nível, a prova anual está aberta a todos os que queiram participar. Em 2023, a corrida mais popular teve 42 km, com partida marcada para as 8h30, seguida da meia-maratona de 21 km uma hora depois. Os participantes que procuravam uma experiência mais leve e descontraída optaram antes pela maratona de 12 km, que arrancou às 10h00, ou pela caminhada de 8 km, cuja partida foi dada às 10h30.

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