O “Sun2Dry” é o nome do protótipo desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com o objetivo de reutilizar blocos de esferovite, latas de refrigerante e ventoinhas de computadores obsoletos para criar um desidratador de fruta mais sustentável.
A investigadora Lisete Fernandes, citada em comunicado, explica que “trata-se de um protótipo para uso doméstico, construído com 95% de material reciclado e que utiliza 100% de energia solar. É de fácil portabilidade e precisa apenas de um espaço exterior, como uma varanda, para que possa ser utilizado por qualquer pessoa”.
 
Os blocos de esferovite e as latas de refrigerantes foram pintadas de preto para garantir a retenção e a acumulação de calor. No interior, instalou-se ventoinhas de computadores recuperadas e que funcionam ligadas a um painel solar exterior. “Só a tampa de vidro, os suportes e a rede das prateleiras é que não são materiais reciclados”, refere a investigadora.
Para desidratar as maçãs das variedades Golden Delicious e Royal Gala, as caixas são depositadas no terraço do edifício da Escola de Ciências e Tecnologia, entre quatro e seis horas, se a temperatura exterior for superior a 30 graus. No interior do “Sun2Dry”, as temperaturas podem variar entre os 35 e os 70 graus. A conservação foi testada até um mês, em frasco hermético.
“Os testes no texturômetro (equipamento que mede as propriedades físicas) revelaram que as maçãs devem ser retiradas do ‘Sun2Dry’ e devem arrefecer durante alguns minutos à temperatura ambiente, antes de serem guardadas, para preservar a sua crocância”, explica Lisete Fernandes.
 
“Os próximos passos serão a testagem e a avaliação nutricional dos snacks obtidos, bem como a comparação com os produzidos em desidratadores elétricos e comerciais”, acrescenta. O protótipo foi já apresentado na 18ª edição da “International Conference on Alternative Materials”, no Imperial College of London.
 
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.