Gondomar pede mais apoio para substituir bombeiros “que estão exaustos”

noite foi terrível, as populações foram inexcedíveis e os bombeiros foram incansáveis, mas é um dia que começa dramático”, sobretudo na zona sul do concelho, em Melres, com uma frente ativa “a evoluir para o parque de campismo, que será evacuado”, disse o autarca.

Em declarações aos jornalistas, Marco Martins contou que sete bombeiros tiveram que ser assistidos por exaustão e um, com ferimentos mais graves, foi operado durante a noite, aguardando-se “uma avaliação clínica do seu estado”.

“Nós precisamos de ajuda, tenho muitos anos disto e nunca nos vimos tão entregues a nós próprios, tão sozinhos, no sentido coletivo. A população está a ajudar e estamos a tentar controlá-lo”, sublinhou.

Por enquanto, “não há quaisquer danos em habitação, mas há muitos danos em alfaias agrícolas, armazéns de apoio e oficinas, na zona de Jovim, que arderam”.

“Neste momento estão a atuar dois meios aéreos, dois aviões pequenos, com pouca capacidade, temos a proximidade ao rio Douro o que permite fazer mais descargas, mas não é suficiente. Estamos à espera que o apoio internacional que chegou, com nove aviões, venha para o Norte do país”, referiu.

O autarca insistiu no apelo: “Precisamos de sete ou oito aviões, neste momento o que temos são dois aviões ligeiros para ajudar quem está no terreno e precisamos também de rendição de quem está no terreno. As corporações não têm mais bombeiros para render. E estão desesperados”.

Segundo disse aos jornalistas, há no distrito do Porto “muitos bombeiros a ser assistidos por exaustão, um vez que só se encontram no terreno corporações do distrito, que estão a esgotar as suas capacidades”.

“Estamos a fazer o que é possível com os meios que temos, Gondomar e o distrito do Porto precisam de ajuda”, frisou Marco Martins, que é também presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil.

De acordo com os dados da proteção civil, a combater as chamas em Gondomar, cerca das 11:00, estavam 137 operacionais, 37 viaturas terrestres e dois meios aéreos.

Os dados disponíveis na página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicam que, no total, abrangendo ocorrências em resolução e não significativas, pelas 08:30, estavam hoje no terreno 5.226 operacionais, cerca de 1.622 meios terrestres e 19 meios aéreos.

Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Coimbra, Vila Real e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam 47.376 hectares.

O Governo já declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

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