importante haver uma maior agilização no tempo dos apoios e evitar a burocracia. Precisamos de dar uma resposta rápida às pessoas, que perderam os seus bens agrícolas e a sua economia familiar”, disse à agência Lusa Joaquim Amaral (PSD).
O presidente da Câmara Municipal de Nelas, no distrito de Viseu, um dos mais afetados pelos incêndios, explicou que as pessoas perderam os seus animais, a alimentação para aqueles que sobreviveram e o aprovisionamento da sua economia familiar.
“A primeira resposta tem de ser dada a estas pessoas”, reforçou.
Joaquim Amaral considerou ainda importante a “desburocratização dos processos e uma confiança nas autarquias”.
O autarca exemplificou com a existência de olivais e vinhas que arderam e que poderão não estar todos registados, “mas é do conhecimento de todos que existiam”.
“Mesmo que haja verificação e fiscalização, é preciso garantir o apoio”.
Depois, a preocupação será com os danos patrimoniais públicos e privados, acrescentou.
Joaquim Amaral revelou ainda que a Câmara de Nelas vai avançar com um projeto de ordenamento do território, de apoio à agricultura, “com um enquadramento no terreno em azulejos agrícolas”.
“Além de ser um incentivo à economia circular e de fixar população na zona florestal, estamos a tornar os territórios mais resilientes. Estes territórios têm de ser apelativos para quem investe. Não podemos mudar a orografia, mas é possível alterar aquilo que é o minifúndio”, precisou.
O ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, prometeu hoje apoios “muito brevemente”, com prioridades para primeiras habitações e empresas, afetadas pelos incêndios.
“Apoios de maior vulto, apoios para a reconstrução de fábricas, de casas, esses aí é que não poderiam ter começado, mas vão começar muito brevemente. Se tudo correr bem, vão começar em prazos muito razoáveis”, afirmou Manuel Castro Almeida.
O ministro reuniu hoje, em Mangualde, com sete autarcas da região de Viseu dos municípios mais atingidos pelos incêndios que decorrem na região desde segunda-feira.
Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.
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