AHSA debate gestão de água no 1º Congresso Nacional de Rega Magos

A AHSA – Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur vai marcar presença no primeiro Congresso Nacional de Rega Magos, que se realiza no dia 18 de outubro, no Santarém Hotel. O presidente da associação, Luís Mesquita Dias, irá participar no painel “Estratégia nacional de gestão sustentável”, agendado para as 17h15, num debate fundamental que também contará com os contributos de representantes da EDIA, da FENAREG e das Associações de Regantes do Mira e do Sotavento Algarvio.

Refira-se que o Congresso Nacional de Rega Magos visa partilhar conhecimento que contribua para o uso eficiente da água como fator-chave na sustentabilidade da agricultura de regadio em Portugal, contando, para tal, com a participação de destacadas personalidades da agricultura de regadio nacionais e internacionais. O programa provisório está disponível aqui. As inscrições no evento são gratuitas, mas obrigatórias e limitadas, estando disponíveis aqui.

AHSA estuda formas de combater a falta de água no sudoeste alentejano

Com a participação neste evento, a AHSA continua a debater soluções e a procurar sensibilizar a sociedade para a gravidade da escassez de água no sudoeste alentejano e a resiliência e capacidade de adaptação das empresas agrícolas da região. Neste âmbito, recorde-se que a AHSA divulgou recentemente os resultados do seu primeiro barómetro, sobre a gestão dos recursos hídricos no sudoeste alentejano. Uma das principais conclusões do estudo é que a escassez de água é a maior preocupação relativamente ao negócio da produção agrícola na região, tendo sido apontada como a principal inquietação de todas as empresas do painel.

Refira-se, também, que 94,4% dos respondentes consideram a disponibilidade de recursos hídricos na sua área de produção insuficiente, pelo que todos os produtores já implementaram medidas de poupança e racionamento de água, como a instalação de reservatórios hídricos e a melhoria dos sistemas de rega, a aposta em sistemas de reutilização de água e a instalação de tecnologias para medir a humidade dos solos. Estes mecanismos perfilaram, em 2023, investimentos totais de cerca de 4,9 milhões de euros, segundo o estudo – valores que deverão manter-se este ano.

Além disso, todos os inquiridos consideram que o atual Governo deve considerar, como medidas prioritárias, a elaboração de uma estratégia nacional para a gestão dos recursos hídricos, o investimento na melhoria dos sistemas de armazenamento e distribuição, bem como a criação de um plano para novas fontes de água. Face à seca verificada no sudoeste alentejano, 94% dos respondentes consideram que a dessalinização é uma opção fundamental para a região, com 56% dos quais a verem a solução como complemento.

Neste sentido, destaque-se, ainda, que a AHSA deu a conhecer, em maio, as conclusões de um estudo prévio de viabilidade para a implementação de uma estação dessalinizadora na região do Perímetro de Rega do Mira. A não execução de projetos estruturantes deste tipo (a par das interligações, do armazenamento e da intervenção na rede atual) conduziria à falência económica, social e ambiental da região, afetando especialmente a agricultura. O documento retrata a deterioração e limitação do abastecimento da única fonte hídrica da região, a barragem de Santa Clara – que dispõe somente de quatro a cinco anos de garantia máxima de fornecimento de água – e sugere, como solução, três potenciais localizações, entre Odemira e Sines.

O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.


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