Uma área de cerca de 30 hectares nos baldios de Unhais-o-Velho, no concelho de Pampilhosa da Serra, está a ser intervencionada pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, com recurso a um robot florestal de controlo remoto, para redução de matos e respetiva diminuição da carga de combustível.
Esta ação, desenvolvida com o apio do Município de Pampilhosa da Serra e do ICNF, é a primeira no território da Região de Coimbra ao abrigo do projeto FIREPOCTEP+, inserido no Programa de Cooperação Transfronteiriça Interreg VI-A Espanha-Portugal 2021-2027 (POCTEP), que tem como objetivo reforçar os sistemas de prevenção e extinção de incêndios florestais na região transfronteiriça entre Espanha e Portugal conhecida como La Raya.
A intervenção em Unhais-o-Velho vai decorrer em duas fases e, tal como explicou a Coordenadora Municipal de Proteção Civil, Anabela Martins, o objetivo passa por levar à criação de uma “zona tampão” que, numa situação de incêndio, seja uma área de oportunidade para o combate, evitando a sua progressão.
Na primeira fase, que acontece durante o mês de novembro, é feita a “gestão dos combustíveis” com o robot florestal, “um novo equipamento que está a ser testado neste projeto” e que vai “permitir perceber a rentabilidade do mesmo, colmatar a ausência de mão de obra e chegar a locais que com o trator pode não ser possível, garantindo mais segurança”, notou José Lopes, Chefe de Unidade de Proteção Civil da CIM Região de Coimbra. Numa fase posterior, completou, “esta intervenção vai ser feita com recurso à técnica de fogo controlado em algumas parcelas que já foram delineadas com o Município”.
A Universidade de Évora, entidade parceira do FIREPOCTEP+, efetuou um estudo para a Região de Coimbra que prioriza as áreas para intervenção no âmbito do projeto tendo em conta o declive, histórico de incêndios, velocidade de propagação, intensidade, entre outros parâmetros testados através de simuladores de fogo.
O projeto Firepoctep+ visa melhorar a resiliência da paisagem aos grandes incêndios rurais, a capacitação de técnicos e operacionais e a troca de experiências e sinergias entre parceiros espanhóis e portugueses.
O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.