ano começou com uma lentidão preocupante [em Caracas], que se reflete nos setores mais importantes. Continuamos com uma quase paralisação do setor da construção, mas o setor do comércio é o termómetro para medir o que chamamos um janeiro muito lento, porque as vendas estão baixas”, disse a vice-presidente da Federação de Câmaras de Comércio aos jornalistas.
Tiziana Polezel explicou à Unión Rádio que ao haver “grande preocupação” pela lentidão na capital do país, nas regiões do interior da Venezuela “a situação é mais preocupante”.
“Se vemos esta lentidão em Caracas, nalgumas regiões do país é realmente muito preocupante. Há intermitência no abastecimento de gasóleo, o que gera uma grande angústia no setor pecuário e do transporte. As colheitas não podem esperar e isso é um grande problema para algumas regiões do país”, disse.
Explicou ainda que os produtores enfrentam também dificuldades com o abastecimento de água, não só de qualidade, mas também em quantidade, e que os agricultores estão a queixar-se de um aumento sistemático do preço da água, sem que as autoridades respondam aos pedidos para instalar contadores.
Segundo Tiziana Polezel há ainda queixas dos empresários sobre o que alguns chamam de pressão fiscal e outros de veracidade fiscal (impostos) de parte das autoridades municipais, que nalguns casos registam “aumentos absolutamente desproporcionados de até 8.000%”.
“E por último, mas não menos importante, há também (o ressurgimento de) alguns focos de insegurança que tínhamos visto dissipar-se consideravelmente, e já não apareciam no inquérito de conjuntura da Fedecâmaras, mas que estamos a observar em alguns estados”.
Segundo a Fedecâmaras os empresários debatem-se ainda com câmbios na economia local, com a falta de financiamento e veem-se afetados por elementos da geopolítica que apesar de acontecerem noutros países geram incerteza.
“Todos nós, empresários, tivemos de nos reinventar porque há modelos que mudaram e isso não se deve apenas à situação na Venezuela, mas a uma situação que se verifica na maior parte dos países do mundo, mas quem está a operar está a fazê-lo na expressão mínima e o passo seguinte é fechar”, disse.
Explicou ainda que os empresários têm “dados diferentes, mais baixos, mais conservadores”, que o governo, sobre o crescimento da economia do país.
“Em 2025, sendo otimistas, esperamos um crescimento muito, mas muito conservador da economia”, frisou.
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