Celorico da Beira recebe Feira do Queijo  Serra da Estrela no próximo fim de semana

Celorico da Beira recebe, de 21 a 23 de fevereiro, a quadragésima sexta edição da Feira do Queijo, que apresenta um atrativo e diversificado programa de atividades, tendo como cabeças de cartaz os Delfins e os Quatro e Meia. Durante os três dias haverá muita animação, mostras de artesanato, degustações de queijo. A feira vai contar com mais de 110 expositores, entre produtores de queijo, restaurantes, doçaria tradicional, artesanato, entre outros.

Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Celorico da Beira sustenta que a feira tem que “ir de encontro às expectativas de quem nos procura e tentar sempre proporcionar uma nova e melhor experiência”. Carlos Ascensão salienta a necessidade da “constante valorização e auxílio a quem trabalha no setor e agilizar cada vez mais as ajudas, quando elas existem”.

Gazeta Rural (GR): Que novidades traz a edição da feira deste ano?

Carlos Ascensão (CA): Nesta que é uma feira tradicional conhecida na nossa região e no país, temos que a cada edição, ao longo de quarenta e seis anos, inovar, ir de encontro às expectativas de quem nos procura e tentar sempre proporcionar uma nova e melhor experiência.

Procurar ir de encontro a todas as gerações e trazer novos públicos ao nosso certame, através de uma programação cultural de excelência e contemporânea, com o bandas de primeira linha, como o caso de Os Quatro e Meia, Os Delfins, e os Karetus, às músicas mais tradicionais como o caso do Sons Do Minho e toda a seleção de grupos das nossas regiões.

Temos também um programa desportivo afeto ao nosso evento que permite para além de dar a conhecer a nossa feira, faz passagem por vários locais distintos do nosso concelho e dá a oportunidade de a quem nos visitar conhecer o território de perto, os nossos produtos endógenos e as nossas gentes, associado à prática desportiva.  É também um grande elevador do nosso evento, dos nossos produtores, quem verdadeiramente veste a camisola e faz deste produto nobre, que é o queijo Serra da Estrela, um verdadeiro potenciador e diferenciador do nosso concelho, que marca a gastronomia e nos posiciona enquanto território.

GR: Qual o número estimado de expositores?

CA: Esta edição é novamente marcada por uma grande procura a nível de expositores, fruto de um crescimento da nossa feira. Vamos contar com mais de 110 expositores, de entre eles produtores de queijo, restaurantes, doçaria tradicional, artesanato, entre outros. Uma seleção que nos parece própria da identidade regional, não abdicando de outros sabores, com expositores que se deslocam de outros sítios do país para a nossa Feira.

GR: Como está o setor no concelho? Tem havido gente nova a apostar na pastorícia e produção de queijo?

CA: Falando deste produto nobre, que é o queijo Serra da Estrela, a sua produção, bem como os seus produtores, tem diminuído, apesar de alguns jovens, que se aventuram, terem vingado nesta área. Como é óbvio gostaríamos que existissem mais pessoas a apostar no setor.

GR: O pacote de 30 milhões de euros anuais para a pastorícia, anunciados pelo ministro da Agricultura, pode vir a mudar o setor?

CA: Acredito que auxilie a mudança. Falamos de um produto final que é o queijo, cada vez mais valorizado, mas onde todo o processo, desde a produção de leite ao queijo, tem sido fortemente afetados, tanto pelo envelhecimento e pela resistência à mudança de quem o opera, bem como as alterações climáticas que afetam toda a linha de produção. Nós temos de procurar a constante valorização e auxílio a quem trabalha no setor e agilizar cada vez mais estas ajudas quando elas existem.

Como é óbvio estas majorações nos programas de apoio nos devem deixar felizes, especialmente com um possível mecanismo de atração de jovens para o setor e assim conseguirmos uma real renovação geracional no que toca a produtores.

GR: Que peso tem esta atividade na economia do concelho?

CA: Tem um peso significativo, o queijo da serra, funciona não só como produto económico para quem o produz, mas também como uma marca e um posicionamento que traz gente e gera outras linhas económicas no nosso concelho.

GR: De uma forma genérica como está o setor primário do concelho?

CA: Na região de Celorico da Beira, ainda predomina o que é a agricultura de subsistência e o pequeno latifúndio, mas assistimos hoje a uma maior concentração no que concerne à produção agrícola.

O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.


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