ão faço muitas promessas, mas há uma que farei aqui. Nunca vou ignorar a experiência e o sofrimento real das pessoas e dos territórios”, afirmou.
A socialista salientou que, “enquanto mulher com mais de 40 anos”, viveu “em primeira mão o modo como a dor das mulheres e as suas preocupações de saúde não recebem a importância que merecem, não apenas na investigação médica, mas também nas políticas de cuidados de saúde e nas práticas políticas”.
“E esta negligência sistemática conduz a sofrimentos desnecessários para milhões de mulheres na Europa todos os dias. Não estou a falar do passado, estou a falar da realidade de hoje. Portanto, compreenderão que, enquanto presidente, tenho de fazer alguma coisa em prol das mulheres”, frisou.
Considerando o humor como “uma das características mais profundamente humanas que ajudam a navegar a complexidade”, Kata Tüttö afirmou que, tal como “rir, beber ou comer juntos”, o humor “vai construir a coesão social e também diminui as tensões”, melhorando assim o entendimento.
A húngara destacou ainda que o Comité das Regiões é “aquele organismo que faz a ligação das políticas europeias complexas com o terreno”.
“Somos um estabilizador vertical muito importante. E como é que o fazemos? Tornamos todas as políticas complexas mais reais e também trazemos o senso comum e uma enorme capacidade de inovação a tomar decisões da União Europeia”, disse.
Kata Tütto foi vice-presidente de Budapeste, de 2019 a 2024, e presidente do Comité das Regiões Europeu para o Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Energia (ENVE). O seu mandato vai ser partilhado, com o agora eleito vice-presidente, o espanhol Juan Moreno Bonilla, que assumirá os dois anos e meio seguintes do total de cinco anos de mandato.
No discurso da sua tomada de posse, o vice-presidente, também presidente da Junta da Andaluzia eleito pelo Partido Popular, alertou que “as circunstâncias ameaçam o multilateralismo e a ordem mundial atual, a estabilidade, incluindo a própria segurança”.
Bonilla advertiu, ainda, para “os conflitos bélicos na Ucrânia e no próximo Oriente, para a posição dos Estados Unidos(…) e para o populismo emergente na Europa”.
“Uma Europa que deve ser autónoma e que conta com recursos suficientes para cumprir os seus próprios objetivos e que enfrente os grandes desafios, que tanto o Conselho, como a própria Comissão Europeia, definiram para esta legislatura”, sublinhou.
O vice-presidente destacou como uma das prioridades a luta contra as alterações climáticas. “Adaptação e mitigação são os pilares nos quais devemos aumentar o nosso trabalho. O nosso objetivo é termos mais voz, sermos interlocutores de pleno direito nas negociações para as nossas cidades e regiões. A transição energética limpa será a nossa prioridade, começando pelas populações mais pequenas”, revelou.
A preservação da agricultura é outra aposta de Bonilla, que a considera “um grande pilar económico e social em muitas regiões europeias”.
“Sendo um setor primário forte e competitivo, pode garantir a produção de alimentos para uma autonomia. E há algo que também esquecemos, muitas vezes, que é a soberania alimentar europeia”, acrescentou, ao defender uma política agrícola comum.
Outra das suas preocupações é “política hídrica”, que “deve ser levada muito a sério por parte da nova comissária europeia, com políticas que devem ser globais e específicas, que incluam uma gestão integrada da água em todo o território europeu”.
Juan Bonilla defendeu ainda “um modelo de migração que deve ser ordenado e regulado”, mantendo a luta “contra as máfias de tráfico de seres humanos e outros”.
“A integração de migrantes começa sempre a nível local e das regiões”, rematou.
Leia Também: Vasco Cordeiro pede defesa da política de coesão “até onde for preciso”