Esterilização: um cuidado essencial para a saúde e bem-estar dos animais de companhia 

  • A esterilização reduz o risco de doenças graves, como tumores mamários nas fêmeas e cancros testiculares nos machos, promovendo uma vida mais longa e saudável. 
  • O procedimento elimina o risco de infeções uterinas, como a piometra nas fêmeas, que podem ser mortais se não tratadas atempadamente. 
  • Controlar a reprodução dos animais é fundamental para evitar a superpopulação, contribuindo para a redução do abandono e sofrimento. 
  • Este ato de responsabilidade também previne comportamentos indesejáveis nos machos, como marcação territorial, fugas e agressividade, melhorando a convivência. 

A esterilização de cães, gatos e coelhos é um dos pilares fundamentais da medicina veterinária preventiva. Além de melhorar significativamente a qualidade de vida dos animais, este procedimento desempenha um papel crucial no controlo da superpopulação e no combate ao abandono, uma realidade alarmante em Portugal. 

Alguns estudos demonstram que as fêmeas esterilizadas antes do primeiro cio têm até 99% menos probabilidades de desenvolver tumores mamários, uma das principais causas de mortalidade em cadelas e gatas não esterilizadas. Além disso, o procedimento elimina o risco de infeções uterinas, conhecidas como piometra, que podem ser mortais se não tratadas. 

Nos machos, a castração reduz a incidência de cancros testiculares e problemas de próstata, além de prevenir comportamentos como a marcação do território, fugas e agressividade causada pela excitação sexual. Estes comportamentos, muitas vezes difíceis de controlar, expõem os animais ao risco de acidentes, conflitos com outros animais e até envenenamento. 

“Trata-se de um ato preventivo que carece de grande responsabilidade, cujo impacto na saúde dos nossos animais de companhia essencialmente em fêmeas, é colossal, assim como a evita a proliferação descontrolada, que é a causa de milhares de casos de abandono todos os anos”, afirma Raquel Muro, Médica Veterinária na Kivet, las clínicas veterinárias da Kiwoko. 

Saúde e longevidade: as vantagens da esterilização 

A esterilização não consiste apenas em impedir a reprodução. Nas fêmeas, o procedimento reduz quase a zero o risco de vir a desenvolver tumores mamários, 2 

sobretudo se for realizado após o primeiro cio, ou mesmo antes da fêmea ter cio eliminando assim a possibilidade de haver infeções uterinas futuras. 

Nos machos, a esterilização reduz a ocorrência de cancros testiculares e problemas de próstata. Também contribui para uma convivência mais harmoniosa ao reduzir comportamentos como a marcação do território e as fugas. “Estes comportamentos podem colocar os animais em situações de risco, como atropelamentos ou conflitos com outros animais”, alerta a médica veterinária

Impacto social: controlo da superpopulação 

A falta de esterilização tem consequências diretas na superpopulação animal. Uma única cadela e as suas crias podem originar até 73.000 novos cães em seis anos, enquanto uma gata e as suas crias podem gerar até 24.000 gatos no mesmo período. 

“O abandono é um problema que afeta milhares de animais todos os anos. A esterilização é uma solução eficaz e responsável para evitar crias indesejadas e o sofrimento que delas deriva”, sublinha Raquel Muro

Sabia que… 

Esterilizar um animal não o torna menos ativo, nem lhe tira a vontade de brincar e/ou relacionar-se com outros animais ou pessoas. Trata-se de uma ideia muito difundida que não passa de um mito. 

Além disso, também não é verdade que só se pode esterilizar as fêmeas após a primeira gestação. Não existem provas científicas que demonstrem que a esterilização seja necessária após a primeira gestação. Em termos de saúde, a gestação não apresenta benefícios objetivos e em muitas raças é um fator de risco para a mãe. 

Um gesto que faz a diferença 

A esterilização é muito mais do que um procedimento cirúrgico. É um compromisso com a saúde e o bem-estar dos animais e uma importante contribuição para uma sociedade mais responsável. 

“A decisão de esterilizar é uma prova de amor e cuidado, mas é muito importante que se consulte um veterinário para entender se é o mais correto a fazer”, conclui a médica veterinária

O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.


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