
A presidente da Sociedade de Biotecnologia da Nigéria, Sylvia Uzochukwu, destacou o papel crucial das culturas geneticamente modificadas (GM) no combate à insegurança alimentar no país. A investigadora defendeu que estas tecnologias agrícolas podem aumentar a produtividade, gerar rendimentos para os pequenos agricultores e reduzir a pobreza nas zonas rurais.
Segundo a presidente da Sociedade de Biotecnologia da Nigéria (BSN), Sylvia Uzochukwu, o cultivo de plantas GM passou de 1,7 milhões de hectares em 1996 para 134 milhões em 2009, abrangendo atualmente cerca de 14 milhões de agricultores em 25 países, dos quais 16 são países em desenvolvimento. Na Nigéria, o feijão-frade Bt) e o algodão Bt são exemplos de sucesso, com potencial para aumentar os rendimentos agrícolas em até 90%.
“As culturas geneticamente modificadas contribuem para atenuar os efeitos do stress biótico e abiótico — como pragas, doenças e fenómenos climáticos extremos — permitindo colheitas mais estáveis e produtivas”, afirmou Uzochukwu.
Além do aumento da produção, a presidente da BSN salientou os benefícios ambientais e de saúde pública associados à redução do uso de pesticidas químicos. A menor dependência de agroquímicos contribui para a proteção da biodiversidade, melhoria da qualidade da água e bem-estar das comunidades agrícolas.
A responsável da BSN acrescentou ainda que estas culturas podem contribuir para a melhoria do estado nutricional das populações mais vulneráveis, graças ao enriquecimento em micronutrientes.
A introdução das culturas GM na Nigéria tem vindo a ser debatida publicamente, tendo sido objeto de uma audição parlamentar em novembro passado. A expectativa é que, com uma adoção mais ampla destas tecnologias, o país consiga enfrentar os desafios da escassez de recursos naturais, das alterações climáticas e da crescente procura alimentar.
“Tal como aconteceu na Índia com o algodão Bt, a Nigéria pode beneficiar de ganhos diretos e indiretos: mais rendimento, criação de emprego, melhor saúde e maior sustentabilidade ambiental”, concluiu Uzochukwu.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.