Polícia ligado a grupo neonazi: MAI recusa confundir “a árvore com a floresta”

A ministra da Administração Interna defendeu esta terça-feira que não se deve “confundir, jamais, a árvore com a floresta”, a propósito do caso do polícia da PSP ligado a um grupo neonazi e detido na semana passada. Como o PÚBLICO escreveu, o agente da PSP que é suspeito de encabeçar o Movimento Armilar Lusitano (MAL), e que está indiciado pelo Ministério Público por actos terroristas com conotações neonazis, aparece numa lista de suplentes às eleições autárquicas de 2021 pelo Ergue-te, um partido de extrema-direita radical anti-sistema.

À margem do seminário “Migrações e Retorno: Novos rumos para a Europa”, realizado pela PSP na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, Maria Lúcia Amaral considerou que os crimes pelos quais está indiciado este chefe da PSP são “inaceitáveis num país como Portugal”.

“Não confundir, jamais, a árvore com a floresta. A melhor forma de garantir que isto não acontece num país como o nosso é honrar as nossas instituições, é honrar os homens e mulheres que nela trabalham diariamente”, acrescentou.

Maria Lúcia Amaral esteve esta manhã na abertura do seminário que marca o início das comemorações dos 158 anos da PSP, sendo esta a sua primeira intervenção pública enquanto responsável pela pasta da Administração Interna.

A Polícia Judiciária deteve na semana passada seis suspeitos de pertencerem ao Movimento Armilar Lusitano, tendo quatro ficado em prisão preventiva, depois de presentes a juiz de instrução para aplicação das medidas de coação.

Entre os detidos está um polícia da PSP que é indicado pelo Ministério Público como um dos três fundadores do movimento neonazi, criado em 2018.

Quatro dos arguidos, incluindo o agente da PSP, estão indiciados pelos crimes de infracções relacionadas com grupo terrorista, cuja pena de prisão vai dos 8 aos 15 anos, e por infracção terrorista. Todos os seis arguidos estão indiciados por detenção de arma proibida.

Na conferência de imprensa, a Polícia Judiciária admitiu que haveria mais agentes das forças de segurança, além do polícia da PSP que foi detido. O PÚBLICO apurou que serão pelo menos três que estão numa lista com cerca de duas dezenas de pessoas sinalizadas pela Polícia Judiciária (PJ) no desmantelamento da milícia neonazi.

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