Piscinas de água salgada no meio do areal? Há um sítio em Portugal onde pode mergulhar sem ‘meter’ os pés no mar

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É um daqueles destinos que, durante o verão, parece condensar o melhor de vários mundos: praia, história, natureza, arquitetura e uma surpresa que poucos conhecem: piscinas aquecidas de água salgada instaladas mesmo no areal, de frente para o mar.

Este local, outrora eleito pela elite como estância de veraneio, continua a atrair famílias, surfistas e amantes da natureza. Com mais de 30 quilómetros de costa, proporciona experiências distintas: das praias agitadas às enseadas discretas, das dunas ao património cultural. Mas é nas piscinas de água salgada, gratuitas e aquecidas por energia solar, que muitos visitantes se detêm primeiro, como sugere o Ekonomista.

As três estruturas localizadas em pontos diferentes da frente marítima funcionam diariamente e obedecem a regras apertadas: proibição de saltos, raquetes, alimentos e permanência limitada a 30 minutos por utilizador. A profundidade máxima é de um metro, ideal para crianças, mas também para quem prefere um banho sem ondas.

Um mar à escolha

Os mais aventureiros encontram na Figueira da Foz, na foz do Rio Mondego, ondas premiadas internacionalmente, com destaque para uma das direitas mais longas da Europa. Outros optam pela tranquilidade das piscinas naturais entre rochas ou, mais para o interior, pelas águas calmas do rio que, nos dias certos, parecem espelhos.

Seja qual for a escolha, há sempre uma praia adaptada ao gosto de cada visitante. Algumas são vigiadas, outras mantêm o lado selvagem. E, segundo a mesma fonte, não faltam recantos para os que preferem fugir da multidão, mesmo em plena época alta.

Desporto, dentro e fora de água

Além do surf, a Figueira da Foz é palco de campeonatos de voleibol, rugby, andebol e basquetebol de praia. Nas imediações, há locais para praticar vela, kitesurf ou BTT. Para os mais audazes, o parque de arborismo é um dos maiores do país e oferece percursos entre árvores com vários níveis de dificuldade.

A floresta próxima também convida a caminhadas e observação de aves, com passadiços sobre lagoas integradas na Rede Natura, onde flamingos, cegonhas e garças passam parte do ano.

O charme dos tempos antigos

O passado glamoroso ainda é visível nas moradias apalaçadas de estilo Arte Nova e Arte Déco, no elegante palácio mandado construir por uma das famílias mais influentes do país e no antigo casino, considerado o mais antigo da Península Ibérica. O bairro que cresceu à volta desses edifícios continua a ser o centro da vida cultural e noturna local.

Entre visitas guiadas e concertos de verão, há sempre um pretexto para entrar e descobrir a história escondida por detrás das fachadas coloridas.

Museus, sal e memórias

De acordo com o Ekonomista, o legado marítimo da Figueira da Foz também está presente nos vários núcleos museológicos dedicados ao mar, ao sal e às tradições piscatórias. Destaca-se ainda a Casa do Paço, revestida com milhares de azulejos holandeses, e o Forte, que protegeu a entrada do porto ao longo dos séculos.

Mais a sul, as salinas continuam ativas e podem ser visitadas a pé. Os chamados “jardins de sal” formam paisagens geométricas e mudam de cor ao longo do dia. Além do valor histórico, são também um habitat para aves aquáticas e fonte de emprego para várias famílias da região.

Verde, arroz e flamingos

Ao contrário de outros destinos costeiros, aqui o mar coexiste com arrozais densos que pintam o horizonte de verde e amarelo. Esta zona do Baixo Mondego é rica em biodiversidade e oferece boas oportunidades para caminhadas, fotografia ou momentos de contemplação.

Com alguma sorte, segundo a mesma fonte, é possível ver bandos de flamingos que ali passam o inverno. Ou, pelo menos, escutar o silêncio interrompido apenas pelo som dos passos na terra molhada.

Um verão com memória

Apesar de continuar a ser procurado por turistas nacionais, a Figueira da Foz mantém um lado autêntico e tranquilo, sobretudo fora do pico de julho e agosto.

De acordo com o Ekonomista, a gastronomia local, marcada pelo peixe fresco e pelo arroz, continua a ser um ponto forte, tal como a hospitalidade discreta das gentes que ali vivem o ano inteiro.

Se procura um destino onde o mar se cruza com a história, onde pode mergulhar sem medo das ondas em piscinas de água salgada e onde o tempo ainda parece correr devagar, talvez o tenha acabado de encontrar.

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