Na edição de 2025 do prémio Retina ECO, iniciativa organizada em Espanha pela Prisa Media em colaboração com a Capgemini, a Semillas Fitó foi galardoada na categoria “Ecossistema Sustentável”, pelo seu projecto “Plant varieties to reduce the ecological footprint of agriculture” (“Variedades de plantas para reduzir a pegada ecológica da agricultura”). A empresa que desenvolve e comercializa variedades de produtos hortícolas indica que conquistou este prémio «não só por desenvolver variedades de culturas hortícolas mais eficientes, mas também por criar a primeira metodologia especificamente concebida para calcular a pegada ambiental das culturas hortícolas a nível varietal, em conformidade com as normas da Comissão Europeia».

O projecto galardoado faz parte do Plano de Sustentabilidade da Semillas Fitó – que envolve mais de 20 linhas de acção em curso – e «permite a quantificação científica do impacto ambiental das variedades de hortícolas com base em cinco indicadores-chave: pegada de carbono, pegada hídrica, pegada energética, pegada de uso do solo e pegada de utilização de recursos (incluindo pesticidas, fertilizantes e desinfectantes)», explica a empresa. Segundo esta, «os resultados até à data mostram reduções de 10 a 12% por tonelada produzida, como demonstrado por variedades como a Nelto (pimento) e pelo uso do porta-enxerto Augusto (beringela), que conseguiu uma redução de 27% na pegada de utilização de recursos».

A metodologia referida foi desenvolvida em colaboração com o Instituto Cerdà, «foi concebida de acordo com os princípios da Pegada Ambiental do Produto (PEF) estabelecidos pela Comissão Europeia» e, «em breve, será apresentada ao Grupo ESG da Federação Internacional de Sementes para potencial validação oficial em Bruxelas», informa a Semillas Fitó. «Esta etapa poderá posicioná-la como a primeira norma europeia para medir a sustentabilidade ambiental das variedades de hortícolas», salienta a empresa, acrescentando que «o projecto não é fechado nem exclusivo. Pelo contrário, a Fitó disponibiliza esta ferramenta a todo o sector agroalimentar.»
De acordo com a Semillas Fitó, «o modelo já foi aplicado em cenários reais de produção». «Por exemplo, na produção de pimento em Múrcia, uma importante região hortícola no sudeste de Espanha, a adopção de variedades mais sustentáveis poderá permitir uma redução anual estimada de 2.080 toneladas métricas de CO₂ equivalente. Extrapolado a nível global, o impacto potencial é ainda mais significativo: mais de 460 milhões de toneladas métricas de CO₂ equivalente poderiam ser evitadas se estas novas variedades fossem adoptadas em regiões chave de produção em todo o mundo», diz.

A empresa destaca também que, «para os produtores, o valor destas novas variedades vai para lá dos benefícios ambientais», proporcionando «uma ferramenta tangível para aumentar a rentabilidade, reduzir riscos e adaptar-se a um contexto cada vez mais exigente». Por exemplo, «graças à genética focada na eficiência dos recursos, estas variedades permitem a utilização optimizada de água, energia e produtos agroquímicos», mas estas soluções «também melhoram a resiliência agronómica a factores de stress como a escassez hídrica, a salinidade do solo e as doenças transmitidas pelo solo (através do desenvolvimento de variedades adaptadas e do uso de porta-enxertos específicos, como o Augusto, na beringela)», bem como «ajudam os agricultores a cumprir os requisitos de sustentabilidade da Política Agrícola Comum (PAC), da estratégia europeia do Prado ao Prato e dos padrões exigidos pelos retalhistas e pelos mercados de exportação», assinala.

A propósito da atribuição do prémio Retina ECO, Juan Jesús Narváez, membro do Comité de Sustentabilidade da Semillas Fitó, afirma que «o que realmente diferencia este projecto não é apenas o desenvolvimento genético, mas o facto de podermos agora medir e comparar o impacto de cada variedade utilizando uma metodologia rigorosa adaptada ao sector hortícola – algo que não existia antes». Por sua vez, Elisabet Fitó, Corporate Relations Director, refere que, «na Fitó, procuramos ser o parceiro de confiança em sustentabilidade em toda a cadeia de valor agroalimentar. Não se trata apenas de oferecer produtos, mas de entregar soluções científicas e práticas. É assim que criamos valor partilhado».
A edição de 2025 foi a quinta dos prémios Retina ECO, atribuindo galardões em cinco categorias: “Inovação pública sustentável“, “Energia e recursos verdes“, “Mobilidade inteligente”, “Ecossistema Sustentável”, “PME inovadora“. A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar a 30 de Setembro na capital espanhola.
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.