A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal diz que o atual e os futuros governos devem atuar de forma diferente nos incêndios, mais focada na prevenção.
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O Governo anunciou que vai ser disponibilizado um apoio excecional para compensar prejuízos dos incêndios, mesmo quando não existam despesas totalmente documentadas, até ao montante de 10 mil euros por beneficiário.
Firmino Cordeiro, diretor-geral da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), considera que até pode ser “resposta interessante” do Governo e acredita que “talvez seja a possível em termos monetários”. “É uma resposta para pequenos e médios agricultores que pode socorrer uma boa parte dos seus encargos”, disse em declarações à SIC Notícias.
No entanto, não deixa de critica o Executivo de Luís Montenegro, ao comparar os apoios ao ato de “deitar água fria na fervura“.
“O atual Governo tem de fazer muito melhor do que aquilo que tem feito até agora. Nós acudimos sempre o problema na reta final e esquecemo-nos dos territórios rurais durante anos a fio, durante décadas”, afirma.
Firmino Cordeiro considera que se houver melhorias na prevenção e no acompanhamento durante o o ano, “as coisas não acontecem”.
Os produtores de castanha acreditam que este ano vão perder entre 20 a 22 milhões de euros de receita por causa dos incêndios. O diretor-geral da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal diz que “a castanha é um problema à cabeça”, mas fala também no olival e amendoal. “As amêndoas estão a secar na árvore onde passou o incêndio”, lamenta.
Relata ainda vindimas afetas pelos incêndios e todo o setor pecuário. Perdeu-se “pastagem, feno e palhas que estava em armazéns”. “Alimentar estes animais fica extremamente caro”.
“Toda a fruticultura sofre quando há uma catástrofe. Este problema não é só agora em 2025, vai refletir-se em 2026 e noutras culturas pode chegar a 2027.”
Firmino Cordeiro lamenta ainda que toda esta situação dos incêndios, que se repete anualmente, desincentive os jovens a entrar no setor da agricultura.