elas 22h00, o cenário é mais favorável no fogo que deflagrou às 15h06 na zona de Paradela de Guiães, no concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real, que queimou mato e pinhal e lavrou entre aldeias.
Este é já o terceiro grande fogo que atinge o concelho de Sabrosa desde julho, com o primeiro a afetar a zona de Souto Maior, depois outro que começou em São Cibrão (Vila Real) e se estendeu até São Martinho de Anta e o de hoje. Nas duas primeiras ocorrências arderam cerca de 1.500 hectares.
“É muita coincidência, três em pouco menos de um mês é muita coincidência, há aqui uma mão criminosa com certeza por trás disto tudo”, afirmou a presidente da Câmara de Sabrosa, Helena Lapa.
A autarca disse que o incêndio de hoje terá começado, segundo informações que lhe foram fornecidas, “em dois sítios diferentes”.
“E isto é tudo muito estranho, esta parte do concelho ainda não tinha sido atingida, já tinha havido umas tentativas que felizmente foram logo circunscritas”, referiu.
Quase diariamente tem havido ignições neste concelho do distrito de Vila Real.
Helena Lapa disse que hoje a propagação do fogo “foi muito rápida”.
“A esta hora [cerca das 22h00] temos um cenário mais favorável. Os reforços terrestres que fomos empenhando durante o período da tarde estão já a trabalho e isso traz-nos aqui já uma capacidade acrescida no combate”, disse, por sua vez, o segundo comandante sub-regional do Douro, José Requeijo.
A entrada da noite, o aumento da humidade e a diminuição das temperaturas vão, segundo apontou, beneficiar o combate.
“E também os acessos onde estão colocadas as equipas terrestres são favoráveis ao combate. Temos duas frentes ativas neste momento, com alguma extensão ainda, cada uma com cerca de um quilómetro, mas em locais onde previsivelmente o combate vai ser muito favorável nas próximas horas”, acrescentou José Requeijo.
O comandante acredita que, nas próximas horas, se “poderá ter o domínio desta ocorrência”.
“Neste momento não há aldeias em risco. Pontualmente houve duas aldeias onde o fogo se aproximou, Sobrados e Fermentões, mas os meios estavam a fazer a defesa das habitações e não temos qualquer referência de ter havido danos em habitações ou estruturas e não foi necessário fazer nem confinamentos nem evacuação”, referiu.
Como dificuldades no combate ao fogo, José Requeijo, apontou o “acumulado na meteorologia adversa, como o tempo quente e seco, bem como a exaustão dos próprios meios de combate que têm já um período muito longo”.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 250 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
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