Poupar impostos sem sair do país é possível: conheça todos os ‘benefícios escondidos’

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Mudar de cidade é uma decisão que envolve mais do que apenas escolhas pessoais ou de estilo de vida. Existem incentivos fiscais que podem tornar a mudança financeiramente vantajosa e transformar a decisão num cálculo económico interessante. De acordo com o Ekonomista, site especializado em informações económicas e financeiras, há benefícios direcionados a quem decide afastar-se dos grandes centros urbanos.

Sabia que apenas 20% da população portuguesa reside nos 208 municípios menos densamente povoados, que ocupam quase dois terços do território nacional? Segundo a mesma fonte, esta disparidade tem vindo a acentuar-se, tornando urgente criar mecanismos que combatam a desertificação e incentivem a fixação de pessoas e empresas nestas regiões.

Benefícios para as famílias

Entre os apoios disponíveis para famílias destacam-se as deduções em IRS sobre rendas de habitação permanente. Enquanto o limite habitual é de 502 euros, os agregados que transferem a residência para estas regiões podem deduzir até 1000 euros durante três anos consecutivos.

Uma família que pague 400 euros de renda num município do interior pode ver a dedução anual aumentar para 720 euros, um acréscimo de 218 euros face ao limite padrão.

Além disso, as despesas com educação e formação também são alvo de incentivos. As deduções à coleta de IRS, normalmente de 30% até 800 euros, são majoradas em 10 pontos percentuais para estudantes inscritos em estabelecimentos destas regiões.

Se o estudante residir a mais de 50 quilómetros do local de origem, as rendas pagas podem ainda ser deduzidas até 300 euros, elevando o limite global para 1000 euros. Estes apoios visam reduzir os encargos de famílias que escolhem viver fora dos grandes centros urbanos.

Incentivos para as empresas

As pequenas e médias empresas que fixem a sua direção efetiva nestes municípios beneficiam de uma taxa de IRC reduzida de 12,5% sobre os primeiros 50 mil euros de matéria coletável.

O regime fiscal de apoio ao investimento (RFAI) prevê ainda condições mais favoráveis para projetos estratégicos, com deduções à coleta que podem alcançar pelo menos 10% do investimento realizado, variando conforme a região.

Para empresas que efetuem projetos de investimento superiores a três milhões de euros, sobretudo nos setores da indústria transformadora, turismo, atividades agrícolas, investigação e desenvolvimento, tecnologias da informação ou produção audiovisual, existem benefícios fiscais contratuais ainda mais vantajosos. Estas medidas pretendem premiar a criação de postos de trabalho e o contributo ativo para o desenvolvimento regional.

A gestão florestal também oferece incentivos relevantes. Indivíduos e empresas que atuem em Zonas de Intervenção Florestal usufruem de isenção de IMT, IMI e Imposto do Selo, e podem majorar gastos com defesa e manutenção da floresta em sede de IRC e IRS. A lei estabelece ainda incentivos específicos para a silvicultura, abrangendo isenções fiscais e majorações.

O conceito de interior não implica afastamento da costa. Zonas como Setúbal ou a costa alentejana entram igualmente nos programas de incentivo. Segundo o Ekonomista, a diversidade territorial destes apoios pretende tornar a opção por estas regiões mais atraente e acessível para famílias e empresas.

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