Interpol lança ação global contra desflorestação

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A Interpol e organizações parceiras lançaram uma ação global para desmantelar redes criminosas, cujas atividades estão a causar uma desflorestação em larga escala, mas a proporcionar-lhes ganhos de milhares de milhões de dólares.

Entre aquelas atividades estão o abate ilegal de árvores para tráfico de madeira e extração de ouro.

A ação foi anunciada quando se prepara a 30.ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em Inglês).

A COP30 vai decorrer no Brasil, o que levou à existência de um foco particular sobre florestas tropicais, localizadas em países como o anfitrião e os vizinhos Equador e Peru, mas também Indonésia e Papua Nova-Guiné.

“Os criminosos estão a fazer (lucros de) milhares de milhões, com o roubo das florestas do planeta”, disse o secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, em comunicado. “A única forma de os parar é através de uma ação determinada de aplicação da lei e de uma forte cooperação internacional”, acrescentou.

Esta última fase do Programa de Assistência à Aplicação da Lei (LEAP, na sigla em Inglês) para Reduzir a Desflorestação Tropical foi anunciada no Rio de Janeiro, durante a cimeira da ONU para a Visa Selvagem.

É liderada pela Interpol, a organização policial internacional que ajuda autoridades nacionais a organizar ações e a partilhar informações, juntamente com a agência da ONU para o Crime e a Droga (UNODC, na sigla em Inglês).

O anúncio foi feito depois de na semana passada uma grande operação da polícia brasileira, com o apoio da Interpol, na bacia do Amazonas, ter levado à destruição de 270 estruturas de dragagem ilegal no Rio Madeira.

As autoridades adiantaram que a operação causou um golpe significativo às redes criminosas ligadas à extração de ouro que operam no Brasil, na Bolícia e no Peru.

A diretora da UNODC, Ghada Waly, disse que a desflorestação ilegal “enfraquece o papel da lei e financia o crime organizado”, acrescentando que esta operação conjunta procura garantir que os criminosos sejam responsabilizados, ao mesmo tempo que apoia os sistemas judiciais e as comunidades locais.

Lançado em 2018, o LEAP evoluiu do mapeamento das rotas do tráfico de madeira para a coordenação internacional, o que já permitiu a apreensão de madeira e minerais, no valor de milhões de dólares.

As operações lideradas pela Interpol têm revelado centenas de crimes ambientais e permitido a destruição de estruturas de extração de ouro em centenas de estruturas locais na Amazónia brasileira e a detenção de dezenas de pessoas, em nove países, por tráfico de vida animal e madeiras.

Na sua nova fase, a operação foca-se na mineração ilegal na bacia amazónica, que é uma das principais causas da desflorestação e da poluição com mercúrio, e no reforço da partilha de informações entre serviços de aplicação da lei.

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