COP30 no Brasil: um convite para um “mutirão” global contra a mudança do clima

Tem início hoje a Cúpula do Clima de Belém do Pará. Durante dois dias, sob a presidência brasileira, líderes mundiais discutirão o enfretamento ao maior desafio do nosso tempo: a mudança do clima. A transição energética, as florestas, os oceanos e os dez anos do Acordo de Paris estarão em destaque na agenda dos chefes de Estado e de Governo e dos dirigentes de organizações internacionais.

A Cúpula antecede a 30.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, que decorrerá de 10 a 21 de novembro, igualmente em Belém do Pará. O evento reunirá diplomatas, especialistas, ativistas e empresários em torno do fortalecimento dos cinco pilares do regime climático: mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação.

Pela primeira vez, a Conferência será realizada na maior floresta tropical do planeta: a Amazônia. E também pela primeira vez terá lugar em um país lusófono: o Brasil. A COP30 representa assim uma oportunidade ímpar para valorizar as relevantes contribuições dos povos indígenas, das comunidades tradicionais e dos países lusófonos à ação climática global.

Três prioridades têm guiado a presidência brasileira da COP30. Primeiro, é imprescindível reforçar o multilateralismo. A luta climática tem de ser global e ancorada na cooperação entre todas as nações. Segundo, é necessário conectar o regime climático à vida das pessoas. As negociações técnicas devem resultar em benefícios concretos para as comunidades, afetadas por fenômenos climáticos extremos. E, terceiro, é urgente acelerar a implementação do Acordo de Paris. Já não é suficiente apresentar e reafirmar metas; elas precisam ser cumpridas.

O Brasil tem liderado pelo exemplo na agenda climática. O Governo brasileiro submeteu uma nova Contribuição Nacionalmente Determinada ainda na COP29, em Baku, com metas compatíveis com os esforços globais de contenção do aquecimento do planeta. Em termos de transição energética, o Brasil está na vanguarda: mais de 80% da matriz elétrica nacional é renovável. O Governo brasileiro está comprometido a zerar o desmatamento em todo o país até 2030 e os resultados já são visíveis. Com as ações implementadas desde o início da administração do Presidente Lula, observa-se declínio acumulado de 50% do desmatamento na Amazônia em 2025 na comparação com 2022.

Portugal também ocupa posição de destaque na ação climática e na transição energética. O Governo português tem conciliado crescimento econômico com redução de emissões, ampliado e simplificado programas de financimento climático por meio da Agência para o Clima, e convertido dívida externa em investimento verde em países africanos lusófonos. Brasil e Portugal são países irmãos, unidos pela língua, pela cultura, pela história e por vibrantes comunidades, e hoje são também aliados estratégicos na luta climática.

O Brasil convida todas e todos a juntarem-se a um verdadeiro mutirão global contra a mudança do clima em Belém do Pará. Uma mobilização solidária que ultrapasse fronteiras e diferenças, unindo governos, sociedade civil, setor privado e comunidades locais em torno de um propósito comum: acelerar ações climáticas efetivas e construir um futuro justo e sustentável.

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