área de implantação das papoilas que segregam um suco utilizado para produzir heroína, entre outras drogas, diminuiu 20 vezes, mas o UNODC alerta para o aumento paralelo de substâncias sintéticas.
O atual regime talibã afegão, que assumiu o poder em 2021, após a retirada das forças militares norte-americanas, proibiu a produção daquelas papoilas em todo o país logo em 2022.
Segundo relatório do UNDOC, só este ano a área de cultivo e extração de ópio baixou de 12.800 para 10.200 hectares.
Até 2022, havia cerca de 232 mil hectares daquelas papoilas no Afeganistão. Ainda assim, devem ser produzidas 296 toneladas de ópio, a segunda maior produção mundial, atrás de Myanmar (antiga Birmânia).
As receitas com a produção de ópio terão diminuído 48% para 134 milhões de dólares (116 milhões de euros) em 2025, mas o seu preço médio está agora cinco vezes mais alto do que antes da proibição talibã.
“Com a interdição, muitos agricultores passaram à cultura de cereais e outras. Porém, com a deterioração das condições climáticas, devido à seca e falta de pluviosidade, levou ao abandono de mais de 40% dos terrenos agrícolas”, alertou o UNDOC.
Esta agência das Nações Unidas avisou ainda para o aumento da produção e tráfico de drogas sintéticas, especificamente metanfetaminas (‘crack’, ‘cristais’, ‘speed’, MDMA, etc.), com as apreensões no Afeganistão e em países vizinhos a subirem para o dobro no fim de 2024 face ao terceiro trimestre de 2023.
“As drogas sintéticas parecem ter-se tornado o novo modelo de negócio para os grupos de crime organizado devido à sua produção, relativamente mais fácil, à maior dificuldade de deteção por parte das autoridades e sem grande influência das alterações climáticas”, lê-se ainda no documento.
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