A paralisação de dois dias, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB), “visa denunciar a falta de vontade da empresa para negociar o caderno reivindicativo dos trabalhadores”, dado, “mesmo após duas reuniões de conciliação na Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), a empresa não ter apresentado nenhuma proposta”, divulgou o sindicato.
Na primeira reunião, realizada em 01 de setembro, a empresa Nobre Alimentação, localizada em Rio Maior, no distrito de Santarém, “continuava a alegar que não estava bem financeiramente e foi pedido que nos apresentasse o relatório Único, onde percebemos que teve mais de dois milhões de lucros, no ano anterior, e que até cresceu o número de trabalhadores”, disse à agência Lusa o dirigente do SINTAB Diogo Lopes.
Dados que, para o sindicato, compravam “o contrário daquilo que a empresa alega” e que a mesma “está bem financeiramente e está bem em termos de trabalho”.
Nesse sentido, acrescentou Diogo Lopes, o SINTAB aguardou que, após a segunda reunião de concertação, realizada em 23 de outubro”, “a empresa apresentasse uma contraproposta”, o que não aconteceu.
Em plenário, no dia 24 de outubro, os trabalhadores decidiram avançar com a paralisação marcada os dias 07 e 10 deste mês, para exigir a negociação do caderno reivindicativo.
Exigem um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição (dos atuais 5,50 euros para oito euros) e do trabalho noturno, a alteração do valor das diuturnidades, o direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações.
Com uma nova reunião de conciliação na DGERT marcada para o dia 17 de dezembro, estes dois dias de greve são “uma forma de pressionar a empresa e mostrar que os trabalhadores não vão desistir e que esperam, realmente, uma resposta concreta”, disse Diogo Lopes.
O dirigente sindical admitiu que a expectativa de que a 24.ª greve tenha “uma adesão superior” às anteriores, ” não só pela posição da empresa, em não ter dado qualquer resposta, mas também devido ao pacote laboral que o Governo quer aprovar e que os trabalhadores também estão contra “.
O piquete de greve irá concentrar-se, na sexta-feira, em frente à empresa e contará com a presença de Andreia Doroteia, do Conselho Nacional da CGTP-IN.
Leia Também: Passados 20 anos, TVI estreia ‘1ª Companhia’. Saiba quem vai apresentar