Carros elétricos associados a mais 30% de CO2 no início. E a longo prazo?

final, os automóveis elétricos representam mais ou menos poluição do que os de combustão? A resposta depende do ponto do ciclo de vida em análise, mas no longo termo são, de facto, mais ecológicos.

Um estudo de três investigadores da Universidade de Duke (Estados Unidos da América) publicado na plataforma PLOS Climate a 29 de outubro conclui: “No primeiro ano, as emissões associadas aos BEV [veículos elétricos a bateria] são 30 por cento mais altas do que os veículos a combustão“.

Uma diferença que não é novidade e que, para os autores da investigação, é explicada pela mineração do lítio – elemento essencial para baterias – e pelos processos de fabrico destas.

No entanto, com o passar do tempo, o cenário começa a mudar. Diz o estudo que, depois do segundo ano, as emissões dos dois tipos de veículos já estão em patamares similares.

E, à medida que os anos decorrem, “as emissões dos carros a combustão aumentam, em especial pelo uso de combustível, ultrapassando os BEV antes do seu segundo ano em estrada“.

Considerando uma idade média de 18 anos dos automóveis de passageiros nos EUA, os motores de combustão com combustíveis fósseis estão associados a emissões de 100 toneladas de dióxido de carbono por veículo. Já os híbridos apresentam emissões de 84 toneladas de CO2 por viatura.

Ou seja, são respetivamente duas vezes mais e 1,6 vezes mais do que os totalmente elétricos. Estes estão associados a emissões de 53 toneladas de CO2 por veículo.

Pode ler-se no documento que “os resultados indicam que cada quilowatt/hora adicional de energia de baterias de iões de lítio leva a uma redução média de CO2 de 220 kg em 2030. Já até 2050, essa diminuição cifra-se em 127 kg”.

No que toca ao valor económico dos danos provocados pelos efeitos da poluição atmosférica e alterações climáticas, os automóveis a combustão podem custar duas a 3,5 vezes mais do que os elétricos ao longo do seu ciclo de vida.

O trabalho utilizou o Modelo de Análise de Mudança Global (GCAM) para avaliar os critérios de emissões poluentes em quatro cenários diferentes de adoção de carros 100 por cento elétricos nos EUA até 2050.

O GCAM é um modelo de sistema que faz as suas simulações com base na evolução de múltiplos sistemas – energia, economia, agricultura, terra e água. Para este estudo, foram considerados parâmetros desde a produção dos combustíveis e do fabrico de baterias, até à produção dos próprios automóveis e, claro, a operação dos mesmos nas estradas.

De fora, ficam dados relativos às emissões associadas ao fim de vida, tendo em conta a incerteza quanto aos processos de reciclagem ou eliminação de componentes e de baterias. Também não são tidas em conta as emissões ligadas à construção de estações de carregamento e instalações de produção de eletricidade.

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