O Dia Mundial da Alimentação decretado pela ONU, e celebrado a 16 de Outubro, chega numa conjuntura em que há, provavelmente, mais alimentos disponíveis no planeta do que nunca, mas ao mesmo tempo milhões de pessoas ainda são afetadas pela fome e má nutrição. Abundância e a escassez de alimentos são faces da mesma moeda.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, ocorreu este ano uma produção recorde de cereais (trigo, milho, arroz, etc) a nível global, estimada em 2.550 milhões de toneladas. O necessário para suprir as necessidades alimentares mundiais durante 90 dias. Há uma década, a produção mundial daria somente para garantir as necessidades alimentares durante 60 dias. No entanto, é preocupante pensar que se por ventura a produção parasse, os stocks chegariam apenas para alimentar a população mundial durante 3 meses. Mas nada disto serve de consolo aos 9 milhões de pessoas afetadas pela fome na Nigéria, no Níger, no Chade ou nos Camarões.
A forma como os agricultores conseguiram aumentar a produção de alimentos na última década é impressionante e notável. O conhecimento e a tecnologia permitiram melhorar a produtividade das culturas que alimentam o mundo e, ao mesmo tempo, ajudaram a preservar o meio ambiente. No entanto, e porque a população mundial continua a aumentar, produzir mais alimentos nunca é demais.
A produção mundial de cereais aumentou 50% nos últimos 30 anos
A produção de cereais aumentou 25% nos últimos 10 anos
A produtividade mundial dos cereais aumentou 170% nos últimos 50 anos
Nos EUA a quantidade de terra necessária para produzir 1.000 toneladas de trigo diminuiu 42%, nos últimos 50 anos
Na Alemanha a quantidade de terra necessária para produzir 1.000 toneladas de trigo diminuiu 59%, nos últimos 50 anos
Na China a quantidade de terra necessária para produzir 1.000 toneladas de trigo diminuiu 84%, nos últimos 50 anos
Mais de 1/3 da população da República Centro Africana, do Haiti, da Namíbia, da Coreia do Norte e da Zâmbia está subnutrida.
A China tem menos 0,1 hectares de terra arável por pessoa
No ano 2050 o Egito terá menos 0,02 hectares de terra arável por pessoa