Distribuição alimentar. No futuro será mais digital e personalizada

[Fonte: Dinheiro vivo]

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, antecipa algumas das tendências que vão marcar o sector de retalho alimentar nos próximos 5 anos

 Como serão as cadeias de distribuição alimentar daqui a 5 anos? Que tendências vão marcar o sector?

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, associação que reúne as marcas de fabricante, antecipa algumas das evoluções que poderão (ou já estão) a atravessar o sector para a Edição Especial 300 do Dinheiro Vivo.

“Nunca é fácil utilizar dotes de adivinhação, menos ainda em mercados sofisticados e muito dinâmicos como o do retalho alimentar.

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

Pensar como poderão evoluir os nossos supermercados, hipermercados e outras formas de retalho alimentar, significa também fazer uma análise detalhada da evolução do consumo e do próprio consumidor.

Ainda assim e tentando deixar algumas pistas de evolução do retalho alimentar para os próximos cinco anos…

Out-of-Home: cada vez mais o retalho alimentar mais ‘convencional’ é local privilegiado de compra para o consumo fora de casa.

  • Espaços específicos dentro das lojas – ou espaços externos complementares – agrupando (fora do contexto corredor dedicado) o equivalente a uma loja de conveniência adaptada ao consumo fora-de-casa, com caixas-de-saída próprias.

Healthy + Organic: há, actualmente, um conjunto de consumidores que dá uma atenção crescente à sua alimentação, optando pelo que podemos designar como saudável e orgânico (ou biológico), o que está a motivar investimentos por parte dos retalhistas.

  • Criação de redes de lojas próprias com este conceito, isoladas ou em complementaridade com a rede convencional de retalho; criação de espaços in-store dedicados a este tipo de produtos.

Foco Sénior: o envelhecimento da nossa população é um facto, mas também uma oportunidade; a população sénior adquire progressivamente capacidade de aquisição, importância no volume total das compras e poder de prescrição.

  • Criação de equipas de personal shoppers para acompanhar consumidores de idade mais avançada; cartões de fidelidade específicos; promoções direccionadas; happy hours.

Mobile Stores: utilizar a tecnologia mobile, disseminada por uma larguíssima fatia dos shoppers como guia, prescritor e bússola do consumidor.

  • Utilização do smartphone como personal shopper e como GPS para orientação e definição dos percursos de compra mais eficientes; utilização da realidade aumentada e da codificação (EAN, QRCode) para melhorar a informação ao consumidor.

Experimentation Spots: o consumidor português é fortemente atraído por novos produtos e disponível para a sua experimentação, mas nem sempre o espaço loja, dada a sua profusão de referências e massificação é propício ao reconhecimento (e experimentação) da inovação.

  • Criação de corners próprios, estilizados e bem identificados, que permitam o contacto do shooper com a inovação-produto, propiciando a respectiva experimentação.

Online vs Offline: a omnicanalidade é cada vez mais uma realidade e o consumidor move-se indistintamente entre os canais físico e digital; é de esperar, para além disso, uma importância crescente das vendas online no volume de negócios dos retalhistas e o surgimento de operadores puramente digitais a actuar exclusivamente ou dedicando forte atenção à área do retalho alimentar.

  • Integração crescente de catálogos, de preços e de promoções entre os canais digital e físico; desenvolvimento de esquemas de fidelização online; integração dos dois canais com estratégias de click + collect.

Fidelização: os esquemas de fidelização exclusivamente relacionados com a obtenção de descontos ou outras vantagens financeiras estão basicamente esgotados; o consumidor pretende obter vantagens agregadas e cruzadas, com menor carga burocrática associada.

  • Desenvolvimento de uma nova geração de esquemas de fidelização, desmaterializados, e agregadores de vantagens em diferentes produtos e serviços.

Digitalização dos Lineares: há uma ampla gama de produtos cuja concretização de compra – porque as respectivas características são sobejamente conhecidas dos consumidores – não carece de contacto directo com os mesmos.

  • Criação de lineares digitalizados que remetam os produtos pretendidos para as caixas de saída ou para espaços específicos de recolha; criação de lineares digitais de oportunidades ajudando a preservar a qualidade dos produtos.

Store in Store: há diferentes marcas que pretendem combater a degradação causada pela massificação através de desenvolvimento de espaços próprios; por seu lado, o consumidor reconhece que a possibilidade de realizar o máximo de compras num único espaço é algo que promove a eficiência do acto de compra.

  • Dinamização de stores-in-store de marcas de prestígio; criação de ambiências distintas dentro do espaço de loja; fortalecimento da reputação de lojas específicas do retalho.

Meios de Pagamento: actualmente as caixas de pagamento constituem-se como funis e são um elemento dissuasor do acto de compra.

  • Generalização da possibilidade de utilização de maios de pagamento Contactless; utilização de soluções tipo MB Way; generalização dos carrinhos de compra com sistema de pagamento incluído; multiplicação de pontos de self-checkout.

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