Por outro lado, a Europa continua a ser, de longe, o principal destino das exportações de soja dos EUA (28 %), seguida da Argentina (10 %) e do México (9 %).
Tal faz parte da aplicação da Declaração Conjunta acordada entre os Presidentes Juncker e Trump em julho de 2018, que prevê o aumento das trocas comerciais em vários setores e de vários produtos, nomeadamente a soja. Por conseguinte, a Comissão Europeia publica regularmente dados sobre as importações da UE.
Estes últimos desenvolvimentos significativos no segundo semestre de 2018 contribuem para cimentar a posição de liderança dos EUA no fornecimentode soja à UE durante todo o ano civil, muito à frente do Brasil, tradicionalmente o principal fornecedor da Europa. Em 2018 (janeiro a dezembro), 50 % das importações na Europa tiveram origem nos EUA, e 36 % no Brasil (37 % em 2017).
Prevê-se que as importações europeias de soja dos EUA venham a aumentar ainda mais, na sequência da decisão da Comissão Europeia de iniciar o processo de autorização da utilização de soja dos EUA para os biocombustíveis.
O relatório hoje publicado revela que:
- em comparação com as 27 primeiras semanas da campanha de comercialização de 2017 (julho-dezembro), as importações de soja proveniente dos Estados Unidos aumentaram 112 %, tendo alcançado 5 181 833 toneladas;
- a parte dos EUA no total das importações de soja para a UE passou a ser de 74,5 %, em comparação com 39 % no mesmo período do ano passado. Estes dados colocam os EUA à frente do Brasil (19 %), que é o segundo maior fornecedor da UE e é seguido pelo Canadá (2 %), pela Ucrânia (1 %) e pelo Paraguai (1,6 %).
Em dezembro de 2018, a Comissão Europeia lançou uma consulta pública sobre a decisão de autorizar a utilização de soja dos EUA para biocombustíveis na Europa. No entender da Comissão, o «U.S. Soybean Sustainability Assurance Protocol» apresentado pelos exportadores de soja dos EUA cumpre os requisitos obrigatórios de sustentabilidade da legislação da UE relativamente ao seu uso em biocombustíveis.
O projeto de decisão de execução foi publicado para apresentação de observações no sítio Web Legislar Melhor até 16 de janeiro, devendo ser adotado nas próximas semanas, permitindo aos exportadores dos EUA diversificar ainda mais os seus mercados europeus, contribuindo simultaneamente para os objetivos da UE no domínio das energias renováveis.
Contexto
A UE importa cerca de 14 milhões de toneladas de soja por ano para inclusão, como fonte de proteínas, na alimentação dos seus animais, designadamente de galináceos, suínos e bovinos, assim como para produção de leite. Devido aos seus preços competitivos, a soja proveniente dos EUA é uma opção muito atrativa para os importadores e utilizadores europeus para a alimentação animal.
Os dados constantes do relatório sobre a soja hoje publicado provêm do Observatório do Mercado das Culturas, criado pela Comissão Europeia em julho de 2017 para partilha de dados e análises de curto prazo sobre o mercado, de modo a assegurar maior transparência.
Para mais informações
Anexo