[Fonte: Sativa]
A Sativa, empresa líder na prestação serviços de certificação e controlo nas áreas agroalimentar e florestal em Portugal, com mais de 8.000 clientes, anuncia a sua integração no grupo internacional Kiwa, passando a designar-se Kiwa Sativa.
A incorporação acontece no ano em que a Sativa completa 25 anos de atividade e foi revelada durante o “Encontro Técnico 25+ Sativa”, que reuniu perto de 400 pessoas, entre clientes e parceiros da empresa, em Torres Vedras, a 22 de Fevereiro.
«A integração da Sativa na Kiwa proporciona oportunidades de crescimento e desenvolvimento do negócio e, sobretudo, aumenta a capacidade de resposta aos pedidos dos nossos clientes. O nosso portfólio de serviços fica mais alargado e a capacidade de resposta directa é reforçada», explicam António Mantas e Luísa Bastos, responsáveis da Kiwa Sativa, acrescentando: «passámos a ter equipas nossas qualificadas para auditar referenciais com acesso mais difícil como: o IFS FOOD; a certificação de produção biológica para alguns países com referenciais com mais restrições (por ex. Suécia ou Japão) ou módulos mais restritivos do GLOBALG.A.P., nomeadamente o exigido pela McDonald’s, só para citar alguns exemplos».
A Kiwa Sativa continua a ser uma empresa portuguesa, com gerentes e técnicos portugueses, mantendo inalteradas as relações contratuais com os seus clientes. A integração no grupo Kiwa permitirá também alargar a experiência internacional da Sativa, que já opera em mercados como o Brasil e a Itália, prevendo-se que aumente o número de colaboradores (atualmente são 46).
No “Encontro Técnico 25+ Sativa” foi abordado o Novo Regulamento Europeu da Agricultura Biológica, que entrará em vigor a 1 de Janeiro de 2021. A possibilidade de certificação do sal marinho e da cortiça processada como biológicos é uma das novidades. A Kiwa Sativa está preparada para responder aos pedidos de certificação e controlo que surjam neste âmbito, pela experiência adquirida através do seu referencial “Sal Marinho Artesanal”, com o qual já certificou mais de 25 produtores de sal em Portugal, e no âmbito da certificação florestal, tendo entre os seus clientes fábricas de rolhas de cortiça.
O novo regulamento europeu de AB é reflexo do aumento da produção e consumo de alimentos biológicos na UE e vem dar resposta à necessidade de reforço da confiança dos consumidores através de um sistema de controlo mais robusto.
Pedro Barroso, proprietário da cadeia de supermercados biológicos Miosótis, um dos oradores do Encontro, sublinhou que o consumo de alimentos biológicos em Portugal representa apenas 0,8% do total do mercado alimentar, apesar do aumento da procura e do número de postos de venda. Cerca de 52% dos produtos biológicos consumidos no nosso país são adquiridos em lojas especializadas como a Miosótis.
No painel “Mais que produzir” ficou patente que as cadeias de supermercados estão a exigir aos seus fornecedores mais do que elevados standards de qualidade e segurança alimentar. A certificação da responsabilidade social é cada vez mais um requisito a que os produtores terão de dar resposta, podendo optar por módulos como o GRASP (Avaliação de Riscos de Boas Práticas Sociais) no referencial GLOBALG.A.P.. O Auchan Retail, cliente da Kiwa Sativa, é um dos retalhistas que, desde há 2 anos, exige auditorias sociais aos seus fornecedores em Portugal, conforme revelou José Cordeiro, responsável desta cadeia de supermercados.
Prevê-se que a procura por certificação aumente em Portugal nos próximos anos em resposta à evolução do mercado, com os referenciais a exigirem regras cada vez mais apertadas. Pedro Franco, diretor de qualidade do LIDL em Portugal, revelou na sua apresentação que 100% dos fornecedores nacionais do LIDL estão certificados e que partir de Março será admitida como mínimo a certificação IFS e BRC.
A certificação da sustentabilidade ambiental das explorações agropecuárias é outra das tendências a nível internacional e um dos próximos requisitos poderá vir a ser a preservação da Biodiversidade. O projeto europeu Life Food and Biodiversity, no qual participam investigadores portugueses do Instituto Superior Técnico (IST), quer desafiar os supermercados europeus a incluir nos seus referenciais de certificação as questões da biodiversidade. Carlos Teixeira, do IST, revelou no “Encontro Técnico 25+ Sativa” que decorrem projetos piloto com os supermercados Continente e Intermarché e explorações de pecuária extensiva em Elvas e no Montijo, para implementação de medidas de conservação da biodiversidade do sistema agrosilvopastoril do montado.