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Acordo da UE/Mercosul é desleal e ameaça a Pecuária Nacional FENAPECUÁRIA apela à intervenção do Governo

[Fonte: Fenapecuária] O acordo entre a Mercosul e a União Europeia, assinado na passada sexta-feira (28), foi considerado por muitos agricultores europeus uma ameaça para a sua atividade agrícola, razão pela qual, assim que o acordo foi anunciado, mensagens de alerta e comunicados críticos começaram a aparecer.

A FENAPECUÁRIA, em defesa da pecuária nacional, demonstra-se profundamente preocupada com as concessões feitas no capítulo agrícola com o Mercosul, especialmente em relação às concessões no setor da carne bovina.

Para Idalino Leão, Presidente da FENAPECUÁRIA “o que está em cima da mesa neste acordo entre a UE e o Mercosul é demasiado penalizador para toda a fileira da pecuária a nível Europeu. Se nada for alterado, estamos a falar de concorrência desleal, pois não competimos com as mesmas regras quanto à forma de produzir. A ideia que o acordo veicula é a de que os países europeus estão a oferecer a agricultura, o setor pecuário em particular, como moeda de troca de eventuais interesses em outras áreas industriais.”

Para a FENAPECUÁRIA, a pecuária nacional tem feito um enorme esforço para se reajustar, para se modernizar e para ser mais competitiva. É um setor que cuida e acautela o bem-estar animal, é um sector que cuida do ambiente, que contribuiu não só de forma efetiva para o PIB nacional, mas também para a fixação da população aos territórios, bem como para a manutenção da flora e fauna autóctones gerando os necessários equilíbrios ambientais. 

Por tudo o que o setor pecuário representa para o País, e pela forma como este acordo tem vindo a ser cozinhado, a pecuária nacional merece ser acarinhada e defendida pelo poder político, na Assembleia da República, onde este acordo terá ainda que ser aprovado.

A FENAPECUÁRIA propõe que sejam adotadas medidas que defendam e promovam a produção nacional e, por conseguinte, a segurança alimentar e o bem-estar dos consumidores.

Em defesa do ambiente e da sustentabilidade, a FENAPECUÁRIA propõe ainda que, por exemplo, as cantinas públicas privilegiem na aquisição dos seus produtos agrícolas variáveis como a rastreabilidade, a sazonalidade e a distância a que são produzidos e consumidos os bens alimentares.

É urgente que se criem medidas que mitiguem as consequências negativas que advirão deste acordo para a pecuária nacional e para os consumidores em geral.

A FENAPECUÁRIA dispõe-se a contribuir e a colaborar com o Governo para o que melhor for a defesa da produção pecuária nacional e segurança alimentar dos cidadãos.

“Este acordo é demasiado sério e comprometedor para o País e deve ser promovido o seu esclarecimento junto dos envolvidos, desde a produção aos consumidores. Trata-se de uma tarefa que seguramente cumpre a todos, responsabilidade à qual o Governo não deve passar ao lado”, conclui o responsável da federação.


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