A Ordem dos Engenheiros organiza, na sua sede nacional, a 11 de julho, a partir 14h00, a conferência “Projeto Tejo: uma imposição das Alterações Climáticas?”, que reunirá os promotores do projeto, bem como um conjunto de personalidades de relevo nesta área.
O Projeto Tejo pretende ser a resposta à falta de água que se começa a sentir no rio Tejo e que já afeta fortemente a região do Oeste, situação que se tende a agravar em resultado das Alterações Climáticas.
No Projeto Tejo é proposta a construção de quatro açudes de baixa altura no baixo Tejo, espaços de 20 km, entre a Azambuja e a Golegã, seguidos de dois açudes de média altura entre Almourol e Abrantes, munidos de eclusas para barcos e escadas de peixes, criando uma “estrada” de água contínua de Lisboa e Abrantes. Os caudais para rega resultarão do aproveitamento dos escoamentos do próprio rio Tejo e, quando estes se reduzem no verão, mediante águas armazenadas nas barragens já existentes nos afluentes do rio, ou a construir, como seja a barragem do Alvito.
Esta solução permitirá abastecer, com águas superficiais, 300.000 ha de regadio, no vale do Tejo, Oeste e Setúbal, abandonando, progressivamente, o uso das águas subterrâneas, que se constituirão como uma reserva estratégica nacional, para além de possibilitar a navegabilidade entre Lisboa e Abrantes, controlar a cunha salina na zona da Lezíria Grande, promover a atividade piscícola profissional e de lazer, os desportos náuticos e o turismo, ajudar ao combate aos fogos, controlar as cheias e produzir hidroeletricidade.
Todas estas valências permitem contrariar a desertificação agrícola e rural que já se faz sentir na região, combater a interioridade, nomeadamente na zona do médio Tejo, desenvolver a economia regional, fixar populações e criar um número significativo de postos de trabalho.
Conscientes da relevância da preservação deste importante recurso natural nacional, nomeadamente para as atividades agrícolas e florestais, a Ordem dos Engenheiros, através do seu Bastonário e dos Conselhos Nacionais dos Colégios de Engenharia Agronómica e Florestal, entenderam constituir interesse técnico para os seus membros promover a apresentação e discussão do projeto em causa.