[Fonte: AJAP] A AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal vem expressar a sua solidariedade total para com as centenas de agricultores do Planalto Mirandês, nomeadamente das freguesias de Perado de Bemposta, Algosinho, Urros, Bemposta, Tó, Vilarinho dos Galegos, Ventuzelo e Bruço, que viram as suas colheitas em boa parte destruídas, bem como em alguns casos comprometidas para o próximo ano, tamanho os danos causados pelas enormes pedras de granizo resultantes de uma trovoada que durante uma hora causou estragos nas vinhas e nos olivais.
Relativamente às hortícolas, algumas delas importantes fonte de armazenamento de produtos para consumo ao longo do ano, praticamente tudo foi destruído, pelas informações que nos chegaram do nosso corpo técnico e entidades protocoladas com a AJAP na região.
Falamos de quase uma dezena de freguesias, onde a atividade principal é a agricultura, outrora uma parte interessante do celeiro de Portugal, onde o setor do leite de vaca também já teve uma expressão significativa. Hoje os agricultores, esses duros e resilientes, praticam a vinha e olivais em sequeiro, e na pecuária aparecem os bovinos de carne da Raça Mirandesa, outros optaram pelos porcos da Raça Bísara e alguns nos ovinos e caprinos.
Uma região de excelentes condições produtivas, mas devido a uma enorme ausência de água, uma fraca capacidade de reestruturação fundiária e ausência de emparcelamento, vai lutanto com forças mais frágeis ao abandono das suas gentes e à desertificação das suas terras.
É nestes momentos que os seguros diferenciados no apoio aos prémios a pagar deveriam ser regionalizados e não tratar o país desigual como se fosse perfeitamente homogéneo. O mesmo em relação a tantas medidas de discriminação positiva que todo o interior do país deveria ter e verdadeiramente não tem, ou melhor, apenas os políticos dizem que tem.
Discriminação nos apoios ao investimento, discriminação no apoio aos mais jovens, discriminação nos impostos, discriminação nos apoios à natalidade…..
É o que agora todos dizem, sim meus caros estamos em campanha eleitoral.
Em 2017 morreram pessoas e arderam hectares e hectares de terreno, nada comparáveis é verdade com esta trovoada e granizo. A natureza e a deslocalização das pessoas destas regiões vão dando os seus recados e quem perde é o país que fica cada vez mais acantonado junto a bolas de multidão junto ao mar. Porque simplesmente os nossos políticos permitem e têm permitido, que Portugal seja o 2º país mais assimétrico do mundo.
Mais uma vez a AJAP fala e é apontada, mas mais uma vez a AJAP aponta soluções, que ninguém lhes pega.
Mesmo assim vamos continuar a acreditar que água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Coloquem por favor, as organizações de agricultores no terreno a identificar os agricultores e quantificar os prejuízos deste granizo caso contrário muitos poderão ficar de fora.
Com tanta água que passa no Douro, com tanta barragem neste rio desde a fronteira de Miranda do Douro até à Foz no Porto e nem um litro para a agricultura.
Como não se fazem omeletes sem ovos, também é impossível fazer agricultura sem água.
Senhores(as) Agricultores(as)
Caros Jovens Agricultores(as)
Como sempre estamos juntos.