Durante as ultimas semanas temos observado grandes incêndios no árctico, em especial nas florestas da Escandinávia, Rússia, norte do Canadá e Alasca.
Apesar de serem parte do ciclo biológico das florestas de coníferas destas regiões, e apesar de termos sinais de que estas florestas se estão a expandir para norte devido ao aquecimento global, também temos tido sinais algo preocupantes de que estes grandes incêndios estão a tornar-se mais frequentes.
Os incêndios nestas florestas são úteis para limpar as árvores mortas ou em mau estado de saúde, e algumas das sementes de alguns tipos de árvores são até estimuladas pelo fogo, mas se os incêndios forem excessivos, há o risco de haver destruição exagerada de grandes áreas de floresta.
Isto pode por em causa os habitats locais e o equilíbrio dos ecossistemas das regiões afectadas.
Infelizmente, o atual regime de aquecimento permite que haja mais dias de calor e tempo seco que favorecem os incêndios, alem de que também favorece a ocorrência de trovoadas que são a principal forma de ignição destes incêndios naturais.
Incêndios mais severos também geram grandes libertações de carbono para a atmosfera, o que atua de forma a agravar ainda mais o aquecimento da atmosfera, gerando aqui uma “pescada de rabo na boca”.
As mudanças climáticas têm sido drásticas nas regiões polares e subpolares do hemisfério norte, com impactos ao nível de mudanças nos ciclos naturais que podem em último caso afectar as populações humanas nessas áreas do globo… estas alterações são por demais evidentes e há que estudar com atenção estes fenómenos de forma a perceber as perspectivas que o futuro poderá trazer.
O maior risco actualmente identificado nem é este dos incêndios, mas sim a possibilidade de se perder permafrost.
O permafrost são extensas áreas onde o solo está congelado…em condições de permafrost os materiais do solo mantêm-se congelados, e não apodrecem, retendo assim o carbono.
Com o aquecimento do clima, o permafrost descongela e os elementos começam a degradar-se, libertando gases de base carbónica como o Metano, Dióxido de Carbono, etc, em grandes quantidades, e com potencial para aumentar a concentração de gases com efeito de estufa de forma drástica.
A informação cientifica actual aponta para que, uma vez quebrada a barreira dos 500ppm de CO2 na atmosfera, ou 2-3ºC de aquecimento, se possam gerar mudanças climáticas e ambientais que seriam capazes de gerar um maior risco para o bem estar da humanidade, e é nessa base que seria ideal aplicar medidas de corte nas emissões humanas de CO2.