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Associação Portuguesa de Produtores de Tomate, APPT, e Produtores de Tomate para a Indústria preocupados com a campanha deste ano de 2019, no Ribatejo.

[Fonte: CNA] A Associação Portuguesa de Produtores de Tomate, APPT, filiada na CNA, considera que este é um ano/campanha (até final deste mês de Setembro) com muitas adversidades para os Produtores de Tomate para a Indústria do Ribatejo.

No essencial, esta difícil situação deve-se ao facto de os custos de produção terem aumentado muito nesta campanha – atingem os 7 mil euros por hectare – devido à necessidade de aumentar, e muito, os tratamentos nas terras e plantas invadidas por fungos e outras mazelas, a fim de se evitar a perda da produção.  Aliás, com as doenças a atacarem as produções, os Agricultores acabam por dividir as terras para separar o Tomate que já está a ser devastado do que ainda se encontra em condições e saudável, na esperança de se conseguir salvar algum Produto.  Caso contrário, a doença alastra por toda a área da exploração e o prejuízo pode ser total.  Pois em geral, os Agricultores, com muito trabalho e com o aumento dos custos de Produção devido aos tratamentos frequentes à cultura, acabaram por conseguir produtividades de assinalar, próximas às 100 toneladas de Tomate por hectare, mas o Preço à Produção é que está muito baixo.

De notar ainda que os custos reais de arrendamento da terra “à campanha”, praticados na zona irrigada mais próxima a Santarém, atingem os mil euros/ano por hectare — na Lezíria Ribatejana mais baixa chegam a dobrar este valor – o que, logo à partida, é um pesado encargo para os “Seareiros” (os arrendatários da terra) para este tipo de culturas.

Em contrapartida, é cada vez menor o preço final do Tomate para a Indústria colocado na Fábrica de transformação.  Nesta campanha, e apesar dos problemas tidos com a cultura, os preços à Produção oscilam entre 70 e 85 euros por tonelada, dependendo da qualidade apresentada à entrada da Fábrica.  São preços que, repete-se, não compensam os Produtores de Tomate pelo investimento feito, e ainda menos compensadores são se entrarmos em linha de conta com a valorização do trabalho do Agricultor (e Família…) tido na faina.  Mesmo juntando-lhes a Ajuda Directa do “RPB, Regime de Pagamento Base”, actualmente na ordem dos 240 euros por hectare, e no caso em que, de facto, são os Seareiros (e não os Proprietários da terra) a receber esta Ajuda, os rendimentos continuam muito baixos. No contexto, as “Organizações de Produtores de Tomate” não conseguem melhores Preços à Produção que as Fábricas – reconhecidas para primeira Transformação do Tomate — têm imposto os valores a pagar aos “seus” Produtores.

Portanto, o balanço a esta campanha é negativo.  Por isso, o número de Produtores de Tomate para a Indústria pode vir a diminuir, com muitos Produtores, desde logo os “Seareiros”, a terem de abandonar a actividade visto que é insustentável produzir com tão baixos rendimentos, bem como com as pragas e doenças.  Assim, perde a Região Ribatejana, perde a Produção Nacional, perde o País.

A difícil situação reclama apoios excepcionais a atribuir pelo Governo e pela União Europeia.

Contudo, ainda há a esperança de existirem melhorias neste sector.  Porém, tendo em conta a gravidade da situação, é necessário que o Governo intervenha para possibilitar o aumento de rendimentos da Produção de Tomate para a Indústria.

Assim, e de entre outras medidas, reclama-se:

— A atribuição de Ajudas específicas aos Pequenos e Médios Produtores de Tomate para a Indústria, para os tratamentos fitossanitários desta cultura;

—  Apoios para compensar baixas de Preços na Produção por motivos aleatórios;

— Reforço da Ajuda do “RPB Regime de Pagamento Base” ao hectare, até a uma base dos 350 euros /ano.

— Combate à especulação com o preço do arrendamento de terras na Região.


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