Cerca de 400 agricultores, investigadores e técnicos do setor leiteiro são esperados amanhã, 29 de Novembro, em Esposende, para a edição 2020 do Colóquio Nacional do Leite, organizado pela APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal, em colaboração com a AJADP, Associação dos Jovens Agricultores do Distrito do Porto, com o apoio da Caixa de Crédito Agrícola e de várias empresas de referência na prestação de serviços aos agricultores e produtores de leite.
“Como valorizar a erva na produção de leite?”, “Bem-estar Animal e a imagem da produção de leite”, “Criar vacas e produzir leite num ambiente sustentável” e “O desafio de comunicar agricultura” serão os temas abordados e debatidos com os participantes através de novas tecnologias, sendo as questões enviadas por messenger e SMS .
Para o Produtor de Leite e Presidente da APROLEP, Jorge Oliveira “A sociedade quer uma produção agrícola favorável ao clima, mas as leis nesse sentido têm de ser discutidas e aplicadas em cooperação com os agricultores. O armazenamento de carbono, a biodiversidade, a fertilidade do solo, o controlo de inundações e erosão são contributos da agricultura para o ambiente, mas é preciso um pagamento justo dos custos desse trabalho, através do preço do leite ou ajudas financeiras da nova PAC. Não podem ser só os agricultores a pagar a fatura e as vacas a ficar com a culpa do aquecimento global.”
No mesmo sentido, Miguel Silva, jovem agricultor e Presidente da AJADP, alerta que “intervenções recentes em relação aos bovinos e à libertação de metano só causaram alarmismo e desconfiança entre agricultores e a sociedade” e acrescenta que “os baixos preços do leite não encorajam os jovens agricultores a assumir o futuro da produção de leite”, sendo importante que o Estado “deixe de exigir o aumento da produção para aprovar projetos e os principais indicadores de valorização das candidaturas sejam o equilíbrio ambiental das explorações e bem-estar animal.”
Durante o colóquio, os investigadores convidados vão partilhar com os técnicos e agricultores os resultados mais recentes dos seus projetos sobre utilização de recursos locais, economia circular, gestão de efluentes, balanço de nutrientes e redução de fertilizantes químicos, redução de emissão de gases com efeito de estufa, aumento do sequestro de carbono nas pastagens e evolução do bem-estar animal na produção de leite, à luz da ciência e investigação.
A APROLEP e a AJADP consideram ainda que este trabalho de investigação agronómica e zootécnica, realizada longe dos holofotes mediáticos, precisa de ser melhor comunicado. A falta de conhecimentos da população urbana tem sido aproveitada por oportunistas que envenenam a sociedade contra os agricultores para colherem benefícios para novas ideologias políticas ou alimentos artificiais, mais caros, que pretendem substituir a carne e o leite. Por isso “comunicar agricultura” será o último tema do colóquio e é um desafio que assumimos, porque queremos cultivar a terra, cuidar dos animais e alimentar a população de forma responsável, ecológica, amiga do clima e com o máximo de bem-estar animal à luz de critérios científicos.
A sessão de abertura será presidida pela Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Engª Carla Alves, em representação da Senhora Ministra da Agricultura e no encerramento estará presente a Senhora Eurodeputada Isabel Carvalhais, bem como representantes de outros eurodeputados.
O colóquio começa com um pequeno-almoço lácteo e termina com um brinde ao leite, passando por um almoço com bifinhos de vitela.
Agrademos o apoio da Caixa de Crédito Agrícola de P. Varzim, Vila do Conde e Esposende e das empresas que patrocinam o colóquio: Syngenta, Solvenag, Sojagado, Coren, Agrovete, Genética 21, Nanta, Fertinagro, Torre Marco, Harker, Dekalb, Socidias, Fertiprado, de heus, Pioneer, Gondimil, Consulai, Feima, Farmopecuária , Magos Irrigation Systems e Revista Vaca Pinta.