Agricultores de Portalegre consideram “absurda” restrição de apoios agroambientais

[Fonte: Linhas de Elvas] A presidente da AADP adiantou que a associação vai enviar uma carta à ministra da Agricultura para demonstrar o seu descontentamento “em relação à falta de diálogo” com as associações do setor.

A Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP) considerou hoje um “absurdo” a decisão do Governo de restringir os apoios às medidas agroambientais a uma medida por beneficiário até ao próximo quadro de fundos comunitários.

“Isto é um absurdo, isto nunca aconteceu, não houve uma reunião com as confederações ou com as associações a explicar isto previamente. Sai isto assim à má fila”, disse à agência Lusa a presidente da AADP, Fermelinda Carvalho.

Segundo a mesma dirigente, há agricultores que são atualmente “abrangidos por quatro ou cinco medidas agroambientais” e esta “decisão disparatada” do Ministério da Agricultura pode levar agricultores, dependendo dos casos, “a perder 30% das ajudas que recebem”.

Na segunda-feira, em comunicado, o Ministério da Agricultura anunciou a prorrogação do apoio aos compromissos agroambientais previstos no Programa de Desenvolvimento Regional (PDR) 2020, que terminava no final de 2019, até ao próximo período de programação dos fundos europeus.

“Dado o elevado impacto nos rendimentos das explorações agrícolas e na adoção de boas práticas ambientais, fatores determinantes para a sustentabilidade do setor, o Ministério da Agricultura do XXII Governo decidiu garantir a existência deste apoio até ao próximo período de programação”, referiu o gabinete da nova ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque.

Desta forma, indicou o ministério, fica “garantida a todos os agricultores atualmente com compromissos de natureza agroambiental a possibilidade de, no Pedido Único de 2020, solicitarem a ajuda correspondente à sua prorrogação para uma medida/operação por beneficiário”.

A presidente da Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre afirmou-se hoje “surpreendida”, considerando que a decisão “tem de ser reversível”.

“Isto não pode ser, isto não existe e nós vamos usar todos os meios para combater isto, lutaremos até às últimas consequências”, garantiu Fermelinda Carvalho.

A presidente da AADP adiantou que a associação vai enviar uma carta à ministra da Agricultura para demonstrar o seu descontentamento “em relação à falta de diálogo” com as associações do setor.

“Na carta vamos dizer que lamentamos que tenhamos sido confrontados com isto sem qualquer aviso prévio e que não aceitaremos esta medida e esta redução aos agricultores, quando os agricultores de Portugal, comparados com outros da Europa, são os que menos recebem”, disse.


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