A Confederação dos Agricultores de Portugal manifesta a sua disponibilidade para, juntamente com o Ministério da Agricultura, encontrar soluções que permitam garantir o apoio a práticas agrícolas que visam a sustentabilidade dos ecossistemas
A CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal esteve, juntamente com outras organizações representativas do sector agrícola, reunida esta quinta-feira no Ministério da Agricultura, num encontro que serviu para informar sobre as alterações ao pagamento das medidas agroambientais, que sofrerão um corte na ordem dos 20 milhões de euros.
Numa época em que se pede à sociedade e aos agricultores esforços acrescidos no sentido de evoluirmos para a descarbonização da economia e diminuirmos a pegada carbónica, quaisquer cortes nos apoios às medidas que sustentam essas práticas terão resultados negativos, desencorajadores e destruidores de valor associado às práticas agrícolas e seus produtos.
A CAP considera esta situação inaceitável, contra o pagamento das medidas agroambientais, prejudicando fortemente os Agricultores que mais se dedicam a elas e a práticas agrícolas que visam a sustentabilidade e o equilíbrio dos ecossistemas naturais, atingindo sobretudo as zonas mais desfavorecidas e de pequena propriedade.
A título de exemplo, num concelho como o de Mirandela, em Trás-os-Montes, região desfavorecida e fortemente marcada pela Agricultura de pequena dimensão e reduzida capacidade produtiva, o corte atingirá cerca de 500 mil euros e irá afetar 270 agricultores.
Da análise dos números e através de um reforço entre medidas do programa, com destaque para o sector florestal, agora na esfera do Ministério do Ambiente, a CAP acredita ser ainda possível encontrarem-se soluções que permitam assegurar em 2020 a continuação dos apoios verificados em 2019 – e cujo pagamento tinha sido assegurado e garantido pelo anterior Ministro da Agricultura.
A CAP considera estes cortes altamente lesivos dos interesses dos Agricultores e da sociedade em geral, prejudicial para a Agricultura e para o Ambiente. Mantemos a nossa disponibilidade para, juntamente com o Ministério da Agricultura, encontrar as melhores soluções que vão ao encontro das necessidades do sector, lançando o apelo ao Ministério do Ambiente a necessária articulação na busca da melhor solução, permitindo assegurar que não seja interrompido o esforço de uma agricultura mais amiga do ambiente e melhor integrada na luta contra as Alterações Climáticas.