Numa pergunta enviada à Ministra da Agricultura, a deputada do CDS Cecília Meireles quer saber em que ponto está o combate à vespa velutina, em Portugal.
A deputada do CDS questiona se o Ministério da Agricultura tem números relativos à presença da vespa velutina em território nacional, se sim, quais, e se não, como é feito o controlo da evolução da espécie em território nacional, e se tem números relativos ao número de ninhos já destruídos em território nacional.
Face ao aumento da presença da espécie em Portugal, Cecília Meireles quer saber que medidas já foram e estão a ser tomadas para eliminar o maior número possível de colónias de vespa velutina, e quantos municípios recorreram ao fundo disponibilizado no âmbito da “Campanha Nacional de Combate à Vespa Velutina”, com que resultados.
Questiona depois se há registo de perdas de produção de mel como consequência da vespa velutina e que mecanismos de ajuda tem o Governo implementados para ajudar os apicultores, cuja produção ou colónias, foram afetadas pelo ataque da vespa velutina.
E, finalmente, Cecília Meireles quer saber se está concluído o reequacionamento do Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina em Portugal, conforme anunciado pelo Governo anterior, e se, dada a gravidade da situação, equaciona o Governo a elaboração e implementação de um Plano Nacional de Emergência para Controlo e Combate à Vespa Velutina.
O Grupo Parlamentar do CDS-PP tem vindo a acompanhar com preocupação a evolução da situação da vespa velutina (vespa asiática) no nosso país tendo para o efeito enviado ao Governo anterior várias perguntas sobre o tema.
Entre outros, ao longo dos últimos quatro anos, questionámos sobre a avaliação e revisão do “Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina em Portugal”, sobre as medidas que estariam a ser tomadas, sobre mecanismos de ajuda aos apicultores afetados e sobre a formação de Bombeiros na área de combate à vespa.
Já este ano o Grupo Parlamentar do CDS-PP questionou o então Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural sobre a “Campanha Nacional de Combate à Vespa Velutina”, cujo financiamento para a destruição dos ninhos por parte dos municípios, durante o ano 2019, seria de 1M€, com recurso ao Fundo Florestal Permanente (FFP), conforme determinado no Despacho n.º 1147/2019, de 1 de fevereiro.
O ex-Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural chegou a reconhecer publicamente a expansão da vespa velutina, apesar de todo o esforço que tem vindo a ser feito para identificar e destruir os ninhos. «A sua capacidade de reprodução, pela ausência de predadores, tem sido de facto impressionante», afirmou, revelando que o Governo anterior estava a “reequacionar” o programa de combate à vespa velutina com base numa comissão de acompanhamento.
A verdade é que continuam a surgir notícias de novos focos de concentração de vespa velutina, sendo as últimas, de há poucos dias, relativas ao Alentejo.
A vespa velutina é um importante predador de abelhas e outros insetos e os seus ninhos têm sido cada vez mais frequentes, quer em espaços rurais quer em espaços urbanos, tendo-se já registado várias mortes humanas provocadas pela sua picada.
A importância da destruição destes ninhos é indiscutível, não apenas por uma questão de saúde pública como, essencialmente, pelos prejuízos consideráveis na apicultura nacional e porque as abelhas são ainda responsáveis e indispensáveis à polinização, também na agricultura e na floresta.
A vespa velutina tem efeitos “sobre a sustentabilidade dos ecossistemas, também já ameaçados por outros fatores de natureza biótica (doenças, pragas) e mesmo abiótica (alterações climáticas)”, e a sua destruição está muito mais relacionada com questões agrícolas e ambientais do que com qualquer outra.