A Adega de Monção vai regularizar com duas semanas de antecedência o pagamento aos produtores de uvas, envolvendo uma verba a rondar os 3,4 milhões de euros, devido ao novo coronavírus e ao impacto que já está a ter na economia local.
A primeira tranche foi paga aos 1.600 associados na altura do Natal. Os restantes 50% costumam ser pagos na Páscoa, mas vão ser libertados mais cedo para “garantir a liquidez das famílias” da sub-região de Monção e Melgaço, que é conhecida pela produção de vinho alvarinho.
O presidente, Armando Fontainhas, que integra a cúpula da Comissão dos Vinhos Verdes (CVRVV), sublinha numa nota de imprensa que os produtores “merecem este esforço” numa fase de incerteza e que esta é “uma decisão fundamental para assegurar a liquidez dos associados, garantindo a sua longevidade e evitando colocar em risco as famílias da região”.
Fundada em outubro de 1958 e conhecida pelas marcas Deu La Deu e Muralhas, a cooperativa, que em fevereiro aumentou o salário mínimo para 700 euros, recebe a produção de uma área de vinha conjunta de 1.237 hectares – a casta alvarinho representa três quartos do negócio total –, ascendendo a capacidade de produção a 6,5 milhões de garrafas por ano.
Com produções na ordem das 8.000 toneladas nas últimas vindimas, a faturação anual ronda os 15 milhões de euros, com o mercado português a assegurar o grosso das vendas (80%). Rússia, Estados Unidos e Reino Unido são alguns dos mercados externos mais relevantes para a Adega de Monção.