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Comércio, serviços e agricultura apontam “atraso lamentável” na inclusão nos apoios

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e a Confederação dos Agricultores de Portugal acreditam que estas atividades já deveriam ter sido abrangidas há mais tempo nas linhas de crédito para o apoio às empresas.

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, acredita que se trata da correção de uma discriminação a medida de alargamento das linhas de crédito para o apoio às empresas a outros setores. O apoio passou a abranger centenas de atividades e o valor passou de 1,3 mil milhões de euros para 4,5 mil milhões.

Neste novo protocolo confirma-se também o aumento, de quatro para seis anos, do prazo de reembolso dos empréstimos.

“É a reparação de uma discriminação, sem qualquer justificação, que nós vimos a reportar há algumas semanas. Achamos que é perfeitamente normal e não é mais do que reparar uma injustiça para muitos outros setores, porque não havia qualquer razão para apenas um número restrito de setores ter acesso.” João Vieira Lopes defende que estas correções são “extremamente urgentes, para que haja liquidez nas empresas durante o mês de abril”.

Ainda assim, o presidente da CCP admite que tem outros receios: “Nós continuamos a temer que, com a entropia que muitas vezes a banca causa, muitas delas não estejam efetivas no mês de abril, e que haja dificuldade por parte de muitas empresas de pagar salários no mês de abril.” Desta entropia, explica João Vieira Lopes, fazem parte um “conjunto de taxas e taxinhas com que a banca faz as operações”.

O presidente da CCP, por isso, chama a atenção para que os bancos não cobrem comissões sobre estes créditos. Apesar de constatar um “atraso lamentável” de “várias semanas”, João Vieira Lopes frisa que esta foi uma boa medida.

Para o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, a inclusão dos empresários agrícolas nestas linhas de emergência era uma necessidade óbvia.

Eduardo Oliveira e Sousa argumenta, em declarações à TSF, que “não havia mesmo outra possibilidade que não fosse a agricultura poder ser incluída no conjunto de empresas ou de atividades económicas que podem aceder à medida”. E o representante da Confederação dos Agricultores de Portugal fundamenta: “A tesouraria é, nesta fase, um dos principais problemas, não só para as empresas que param, mas também para as empresas que não param, porque as que não param – como é o caso da agricultura – lidam com empresas que lidam com a população em geral, lidam com algumas empresas em dificuldades.”

“A tesouraria é necessária para pagar a horas, por isso vemos esta inclusão com bons olhos”, diz Eduardo Oliveira e Sousa.

O artigo foi publicado originalmente em TSF.


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