O mês de março de 2020, em Portugal Continental, classificou-se como quente em relação à temperatura do ar e normal em relação à precipitação (Figura 1).
O valor médio da temperatura média do ar, 12.33 °C, foi superior ao normal com uma anomalia de +0.42°C (Figura 2). Valores de temperatura média do ar superiores aos agora registados ocorreram em 30 % dos anos, desde 1931.
O valor médio da temperatura máxima do ar, 17.71 °C, foi superior ao normal com uma anomalia de +0.71°C. Valores de temperatura média do ar superiores aos agora registados ocorreram em 25 % dos anos, desde 1931. O valor médio da temperatura mínima do ar, 6.94 °C, foi superior ao normal em 0.11 °C (Figura 3).
Este mês foi caracterizado pela variabilidade dos valores de temperatura do ar (mínima, média e máxima), sendo de destacar os seguintes períodos (Figura 4):
- 1 a 5: valores de temperatura mínima do ar sempre acima do normal sendo de destacar o dia 4, com um desvio superior a 4 °C;
- 9 a 14: valores de temperatura do ar (mínima, média e máxima) superiores ao normal, sendo de destacar os dias 10 a 12 com desvios da temperatura máxima do ar superiores a 4 °C.
- 18 e 19 com valores de temperatura do ar (mínima, média e máxima) superiores ao normal.
- 30 e 31 valores de temperatura do ar (mínima, média e máxima) inferiores ao normal, em especial a temperatura máxima do ar com um desvio de -6 °C no dia 31.
O valor médio da quantidade de precipitação em março, 71.9 mm, corresponde a 118 % do valor normal 1971-2000 (61.2mm), Figura 5.
Em termos de distribuição espacial, os valores de precipitação foram superiores ao normal em grande parte do território, destacando-se as regiões a norte de Coimbra, alguns locais no interior do Alentejo e do Algarve, onde os valores de percentagem excederam os 150%. Nas regiões do Litoral Centro, do Oeste, de Lisboa e Vale do Tejo e da Península de Setúbal os valores foram inferiores ao normal, sendo mesmo, nalguns locais, inferiores a 50%.
No final do mês de março, verificou-se, em relação ao final de fevereiro uma ligeira diminuição dos valores de percentagem de água no solo nas regiões do Norte e Centro e um aumento na região Sul, nomeadamente no Baixo Alentejo e Algarve (Figura 6).
De acordo com o índice PDSI, no final março (Figura 7), verificou-se uma diminuição da intensidade da seca meteorológica nas regiões a sul do rio Tejo, onde já não se verifica seca extrema, mantendo-se porém a classe de seca severa no Baixo Alentejo e Algarve.