A Freshfel (Associação Europeia de Hortofrutícolas Frescos) enviou recentemente uma carta ao comissário europeu da Agricutura, Janusz Wojciechowski, a solicitar, «com urgência, ajuda financeira e flexibilidade nas ferramentas da Política Agrícola Comum [PAC], para proporcionar a muito necessária estabilidade ao sector dos hortofrutícolas frescos». Este apelo visa evitar uma «crise no abastecimento de alimentos» e resulta do facto de a pandemia da covid-19 continuar a «desestabilizar» este sector e «ameaçar o abastecimento alimentar a longo prazo».
A Freshfel refere aumentos «significativos» de custos, estimados em «cerca de 500 milhões de euros por mês» – com custos adicionais de, pelo menos, 0,05 cêntimos por quilo no campo e nas centrais e de um valor similar no transporte dentro da União Europeia – e lembra que o sector «perdeu o acesso ao sector dos serviços alimentares» – que representa 25% a 30% do mercado – e que existem dificuldades consideráveis nas exportações para países terceiros. Assim, a entidade afirma que «o apoio financeiro é essencial, em conjunto com outras medidas, como a flexibilidade na gestão das ferramentas da PAC, para permitir que o sector continue a balançar os custos adicionais relacionados com a covid-19 com a sustentabilidade económica».
A Freshfel também recomendou ao comissário a revisão de diferentes políticas ligadas especificamente ao sector, nas vertentes de investigação e inovação, reforma orgânica, promoção, comércio internacional e da estratégia “Do prado ao prato”, bem como a análise das condições de seguros, de seguros de crédito e de acesso em igualdade de condições à liquidez. A propósito desta carta, Philippe Binard, delegado geral da Freshfel, acrescenta que o sector deve ser considerado como «essencial», para «garantir o acesso a ferramentas de protecção» – o que incluiria acesso a gel desinfectante, máscaras e testes – e a medidas – nomeadamente, a remoção das medidas de distanciamento social –, de forma a permitir o «regresso às condições normais de funcionamento o mais depressa possível».