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Associação reclama ajudas específicas para agricultores do Nordeste Transmontano

O presidente da Associação dos Agricultores do Nordeste Transmontano (AANT), Vitor Teixeira, reclamou hoje ajudas do Governo para os agricultores desta região por entender que os apoios anunciados são inadequados às especificidades regionais do setor.

O dirigente especificou à Lusa que não há medidas concretas para o setor e as que existem não se adaptam à realidade, já que os empresários agrícolas não podem recorrer ao ‘lay-off’ porque, mesmo que não consigam escoar os produtos, os trabalhadores têm de se manter no ativo pois as culturas necessitam de continuar a ser tratadas.

O presidente da AANT diz que mesmo as linhas de créditos criadas para as empresas “não vão dar para resolver grande coisa” devido aos limites impostos.

Segundo explicou, muitos dos 800 associados enquadram-se nas linhas de crédito destinadas às microempresas, aquelas que têm entre dois e nove trabalhadores e podem recorrer a financiamento com um limite máximo de 50 mil euros.

“Ou aumentam os valores das linhas de crédito ou optam por outra modalidade que pode ser um valor baseado numa percentagem sobre o volume de negócios do ano anterior”, preconizou.

Além dos custos permanentes, Vítor Teixeira referiu a dificuldade de escoar produtos com todos os canais de distribuição encerrados, “tudo fechado a nível global”, devido ao plano de contingência da pandemia de covid-19.

O dirigente apontou como exemplo ele próprio, que é produtor e engarrafador de vinho e “há dois meses” que não vende uma garrafa.

“Noventa por cento dos clientes é a restauração e está tudo fechado”, concretizou.

Mesmo com a perspetiva da retoma gradual da atividade económica, o presidente da AANT teme que vá ser “muito lenta”.

“Apercebo-me que as pessoas têm medo de andar na rua e, quando isto reabrir, mesmo com regras, não acredito que as pessoas vão regressar rapidamente a locais com algum ajuntamento”, sustentou.

A associação transmontana reclama uma linha específica de apoio à Agricultura e, enquanto parceira da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), espera fazer chegar as preocupações e reivindicações ao Governo na reunião de concertação social agendada para quinta-feira.

A Associação dos Agricultores do Nordeste Transmontano tem sede em Vila Flor, no distrito de Bragança, e, entre os 800 associados, estão agricultores deste concelho, de Carrazeda de Ansiães, Alijó e Vila Real.

A associação presta serviços aos associados, desde apoio nos subsídios agrícolas, projetos para pequenos investimentos, e assistência técnica à produção integrada e biológica.

Entre os associados tem, segundo o presidente, agricultores que recebem “mil ou dois mil euros”, mas também “30 ou 30 mil euros” de subsídios comunitários.

O artigo foi publicado originalmente em A Voz de Trás-os-Montes.


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